A Seleção Brasileira sofreu, mas estreou na Copa do Mundo de 2014 com vitória de virada diante da Croácia, por 3 a 1, nesta quinta-feira, no Itaquerão, que leva o nome de Arena São Paulo pelos padrões Fifa. O time europeu saiu na frente com Marcelo, marcando contra, e Neymar empatou ainda na etapa inicial. No segundo tempo, um gol de Neymar, em cobrança de pênalti inexistente sobre Fred, e outro de Oscar, já nos acréscimos, garantiram o apertado triunfo verde-amarelo.
Com a virada, o Brasil largou bem no Grupo A, somando três pontos, enquanto a Croácia iniciou a Copa com zero. Nesta sexta-feira, Camarões e Japão, outros integrantes da chave, vão estrear na Arena Dunas, em Natal (RN), às 13:00. O próximo compromisso dos brasileiros será diante dos mexicanos, na terça-feira que vem, às 16:00, no Castelão, em Fortaleza. Os croatas buscarão a reação contra os africanos, no dia seguinte, em Manaus.
Além disso, a virada sobre a Croácia ampliou a sequência positiva da Seleção Brasileira em estreias na Copa do Mundo. Desde 1982, na Espanha, quando bateu a antiga União Soviética por 2 a 1, o time verde-amarelo inicia participação no Mundial com triunfo. O Brasil não perde na primeira partida há 80 anos, desde o revés para a Espanha por 3 a 1, em 1934, na Itália.
O jogo
Durante o hino nacional, os brasileiros deram demonstração de patriotismo, cantaram até o fim, mesmo depois do corte, algo de praxe em jogos de Copa. Foi também a garantia para o torcedor que não faltaria espírito de luta e vontade. O que, aliás, foi a grande virtude do time nacional, mesmo quando levou o gol.
A Croácia, por sua vez, não se intimidou com a pressão da torcida. Mostrou qualidade no toque de bola e organização, deixando um jogador sempre aberto pelos lados. Olic, que sempre atuou pela esquerda, deu muito trabalho por aquele setor, aproveitando as subidas constantes de Daniel Alves.
O Brasil tinha maior posse de bola, até levar o primeiro susto. Logo aos 6 minutos, depois de cruzamento da direita, Olic testou à direita de Júlio César, com muito perigo. Foi um alerta para o time brasileiro, que no entanto não levou em consideração. Aos 11, em contra-ataque pela esquerda, Olic cruzou rasteiro, a bola passou por toda a defesa e Marcelo deu um leve toque, desviando para as próprias redes: 1 a 0. Itaquerão calado, clima de tensão no ar.
Aí veio a grande virtude do time comandado por Felipão. Acreditar sempre, mesmo sem muita inspiração dos homens de frente. Comandado por Neymar, o Brasil buscou a reação e o empate quase saiu com Oscar. Ele completou jogada iniciada por Neymar e o goleiro Pletikosa se esticou para evitar o gol. A torcida deu um voto de confiança e empurrou a equipe amarela, esperando uma resposta positiva dentro das quatro linhas.
E o empate saiu com Neymar, quem mais apareceu e buscou as jogadas. Aos 29 minutos, ele arrancou a partir do meio-campo, se livrou da marcação e arriscou o chute rasteiro. Pletikosa foi na bola, que ainda tocou no pé da trave esquerda e entrou: 1 a 1. Festa no Itaquerão, vibração no banco de reservas brasileiro. E também um alívio para Felipão e seus comandados. O Brasil ganhou novo ânimo, mas faltou mais qualidade ofensiva para a virada.
O Brasil voltou pressionando, mas insistindo em demasia nos cruzamentos, sem conseguir trabalhar a bola. A Croácia tentou se livrar da volúpia verde-amarela mantendo a tática dos contra-ataques. O jogo ficou muito faltoso, diante da marcação pesada e até do nervosismo dos dois lados. A arbitragem do confuso árbitro Yuichi Nishimura irritou as equipes e os treinadores.
Felipão demonstrou insatisfação em alguns momentos, tanto com a marcação como no poder ofensivo. E apostou em mudanças para tornar o time mais forte no ataque, mas sem perder o combate. Hernanes e Bernard foram acionados, mas quem fez a diferença foi a dupla Neymar e Oscar, os mais lúcidos do meio-campo para frente.
O lance mais polêmico da partida foi o que resultou na virada. Aos 24 minutos, o japonês marcou pênalti inexistente de Lovren sobre Fred, depois que o atacante ajeitou para dominar a bola na área. Depois de muita reclamação dos croatas, Neymar bateu forte, mas o goleiro Pletikosa ainda chegou a tocar na bola, aumentando o drama para os brasileiros. Mas a bola morreu nas redes e o placar ficou favorável ao time canarinho: 2 a 1.
A Croácia também mexeu para buscar um empate heroico em São Paulo. E o time europeu foi valente, assustou os brasileiros e obrigou Júlio César a trabalhar. Entretanto, o lance que desafogou de vez a equipe verde-amarela e até a presidente Dilma Rousseff, presente nas tribunas ao lado da alta cúpula da Fifa, saiu aos 46 minutos. Oscar partiu em jogada individual e, da entrada da área, acertou um chute de ‘bico’ no canto de Pletikosa: 3 a 1. Festa nas cadeiras e em todo o país.
BRASIL
Júlio César; Daniel Alves, Thiago Silva, David Luiz e Marcelo; Luiz Gustavo, Paulinho (Hernanes), Hulk (Bernard) e Oscar; Neymar (Ramires) e Fred
Técnico: Luiz Felipe Scolari
CROÁCIA
Pletikosa; Srna, Corluka, Lovren e Vrsaljko; Perisic, Rakitic, Modric, e Kovacic (Brozovic); Olic e Jelavic (Rebic)
Técnico: Niko Kovac
Estádio: Itaquerão
Árbitro: Yuichi Nishimura (Japão)
Auxiliares: Toshiyuki Nagi e Toru Sagara
Gols: Júlio César (contra), 11min, Neymar, 29 do 1ºT; Neymar (pênalti), 25, Oscar, 46min do 2ºTmin
Cartões amarelos: Neymar, Luiz Gustavo (BRA); Corluka, Srna (CRO)
Fonte: www.superesportes.com.br
