No Dia Mundial do Meio Ambiente, Emater-MG lança cartilha de práticas sustentáveis na agropecuária

Foto: Emater

Os efeitos das mudanças climáticas já podem ser sentidos em todo mundo, como, por exemplo, o aumento da temperatura global e uma intensa variabilidade climática, com extremos como períodos de seca mais prolongados, chuvas torrenciais, tempestades e enchentes devastadoras. Tudo isso coloca em risco a segurança de todos, exigindo ações de governos e da sociedade. Como toda atividade econômica, o setor agropecuário também gera impacto ambiental, mas, ao mesmo tempo, pode se tornar parte da solução, através da adoção de técnicas que trazem benefícios ambientais.

Para incentivar a implementação dessas práticas nas propriedades rurais, a Emater-MG lançou, no dia 5/6, Dia Mundial do Meio Ambiente, uma cartilha virtual, disponibilizada gratuitamente através do site da empresa, que compila uma série de técnicas sustentáveis. “Aproveitamos essa data de celebração para consolidar as práticas que já são adotadas pela Emater-MG junto ao setor agropecuário, mostrando a relevância dessas práticas, aliadas a um trabalho de conscientização e educativo”, comenta o diretor-presidente da empresa pública, Otávio Maia.

Técnicas

A cartilha detalha, de forma didática, técnicas que podem ser implementadas nas propriedades, muitas vezes com baixo custo, que são capazes de conter a degradação do solo e a erosão, além de captar água das chuvas, alimentando assim os lençóis freáticos, melhorando todo ecossistema em torno. O coordenador técnico da Emater-MG, Walfrido Machado, um dos autores da cartilha, destaca que “o produtor rural, conscientizado da necessidade de preservação ambiental, tem papel fundamental, porque lida no dia a dia com os recursos naturais e sabe quais são os limites da propriedade”.

Dentre as técnicas destacadas estão, por exemplo: o Sistema Plantio Direto (SPD), em que o plantio é feito sobre a palhada; os sistemas agroflorestais (SAF), em que existe a presença de, pelo menos, um componente arbóreo associado a outras espécies de interesse e a construção de estruturas de drenagens e captação de água das chuvas, dentre outras.

Recuperação de pastagens

A cartilha também aborda as técnicas para recuperação de pastagens. Segundo dados do IBGE (2017), da área total de 586,5 mil km² do estado de Minas Gerais, 193,7 mil km² estão cobertos com pastagens, o que representa cerca de um terço desse território. Desta fração, 55,7 mil km² é composto por pastagem nativa, o que equivale a 28,8% e, aproximadamente 138 mil km² (71,2%), é formada por pastagem plantada, sendo que 20,3 mil km², ou seja, mais de dois milhões de hectares apresentam má qualidade de conservação.

“O manejo de pastagens é muito importante para evitar a degradação do solo. Se o produtor, por exemplo, souber a capacidade de suporte do terreno e não colocar excesso de animais, ele já vai contribuir muito para a questão ambiental. A pastagem é uma proteção, uma cobertura de solo muito importante, que se não estiver presente a chuva vai bater direto no solo e carrear aquele material para os cursos d’água. A gente tem visto, por exemplo, que tem grandes rios em Minas que são assoreados pelo mau uso das pastagens”, reforça Walfrido. Ele ainda explica que as enchentes estão relacionadas com a incapacidade do solo degradado de reter água. “Muita água em calha pequena é o que faz com que ela transborde e cause desastre, como estamos acostumados a ver, especialmente nas cidades ribeirinhas”, finaliza.

Uma das tecnologias preconizadas tanto para a implantação quanto para recuperação de pastagem é a integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF), sendo que este sistema também pode ser composto por dois dos três componentes, lavoura e pecuária (ILP) ou pecuária e floresta (PF). O sistema ILPF, quando bem planejado, permite a diversificação da renda nas propriedades, com maior ganho econômico e ambiental, por permitir a recuperação de pastagens degradadas em bases sustentáveis.

informações Agência Minas

 

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