O casal de empresários de Manhuaçu, Wellington Emerick Melo e Nayara Alves Nascimento de Melo, estava no voo da Força Aérea Brasileira (FAB) que trouxe, nesta quarta-feira (11), brasileiros repatriados de Israel. Eles estavam com um grupo de pessoas que viajaram para visitar a Terra Santa na semana passada.
Após a passagem pelo Egito, ao chegarem em Jerusalém na sexta-feira, visitaram locais sagrados, mas em seguida começou a guerra. Eles foram para um hotel, onde ficaram até o dia de voltar para o Brasil.
Na madrugada desta quarta-feira, pousou na Base Aérea de Brasília, o primeiro voo trazendo 211 brasileiros repatriados a partir de Tel Aviv, no âmbito da Operação Voltando em Paz, que atua na retirada de brasileiros da área de conflito entre Israel e Palestina
Wellington Emerick Mello, falou ao Jornal Jovem Pan, na noite desta quarta-feira, 11/10, e contou sobre o retorno ao Brasil.
Durante a entrevista, o empresário contou o sentimento ao chegar ao Brasil. “Foi um sentimento de muita alegria saber que eu poderia estar de volta com os meus familiares. Fiquei muito emocionado e foi uma recepção muito legal que a FAB fez pra gente. Então foi um momento de muita satisfação, de muita felicidade”.
Wellington Melo contou que foram para Israel numa excursão na segunda-feira, 02 de outubro, quando iniciaram a visita pelo Egito, foram a alguns lugares sagrados e chegaram a Jerusalém, em Israel, na sexta. “Fizemos algumas visitas em locais religiosos, e sábado de manhã a gente já ficou sabendo dos acontecimentos. Foi onde a gente já começou a ver os caças passando. E, às vezes, na estrada mesmo, caminhões já rebocando os tanques de guerra, então a gente começou a ficar um pouco assustado”, detalhou.
Com o início dos ataques, a caravana foi orientada a ficar no hotel e começaram a acompanhar os acontecimentos pela mídia. “O que nos foi orientado é que ficássemos dentro do hotel, que não saíssemos e que a cidade tem um sistema de sirene. Quando toca a sirene, você tem um minuto e meio para chegar nos bunkers, acredito que cada local tenha, pelo menos no hotel onde a gente estava tinha. Então a gente ia até esses bunkers, passava 10 minutos e então a gente saía de lá. Foi dessa forma que a gente vivenciou esse período de guerra nesses dias”.
Wellington contou que conseguiram manter contato com os familiares e que receberam as orientações o tempo todo por parte do governo de Israel. “Eu e minha esposa estávamos lá e, claro, sentimos medo da guerra. Mas ao mesmo tempo a gente estava tranquilo porque a gente sabia que uma hora a gente ia embora. Mas os familiares aqui no Brasil estavam muito aflitos. Em alguns momentos, nós mesmos de lá tivemos que prestar um pouco de solidariedade para eles, que estavam muito aflitos”, explicou.
O processo de repatriação para o Brasil foi orientado pela FAB e pelo consultado brasileiro, bem como todo o suporte da empresa de turismo que organizou a viagem. Ele agradeceu a dedicação e atenção que receberam a todo o tempo.
Wellington Emerick também explicou como foi o processo para o embarque da repatriação para o Brasil. “Dentro da cidade a gente apenas ouvia mesmo os caças. Era o tempo inteiro passando para lá e para cá. E as sirenes também, quando a gente tinha que se retirar para o local adequado. A saída de Israel demorou um pouco porque o aeroporto de Tel Aviv estava muito cheio. Muita gente desesperada para ir embora. Voos sendo desmarcados a todo momento. Nós brasileiros que fomos repatriados, eu me senti privilegiado, porque eu vi que muitas pessoas ficaram, não sei se já retornaram, mas muitos ficaram. E a viagem foi maravilhosa, a FAB fez um trabalho maravilhoso. (…) Eu quero parabenizar todos os envolvidos nessa repatriação desses brasileiros”.
MAIS VOOS
De acordo com o Ministério das Relações Exteriores, outras cinco aeronaves estão previstas para serem enviadas até domingo, 15, com objetivo de resgatar os que continuam no país enquanto o conflito entre Israel e o grupo terrorista Hamas continua na Faixa de Gaza e no território israelense
Até o sábado (14) a expectativa do governo brasileiro é repatriar 900 brasileiros, em pelo menos seis voos da Força Aérea Brasileira. Até o momento, 2,7 mil brasileiros manifestaram interesse em retornar ao Brasil.
Carlos Henrique Cruz / Portal Caparaó – com informações da Jovem Pan e da Agência Brasil / Foto Joédson Alves/Agência Brasil
