Ex-presidente Cruzeiro gastou mais de R$ 75 mil em cartão corporativo

A fama de boêmio de Wagner Pires de Sá já é conhecida pela torcida. Volta e meia o ex-presidente do Cruzeiro aparece em vídeos, inclusive publicados pelo clube, aparentando embriaguez. O que a maioria dos torcedores ainda não tinha certeza é de que boa parte dessa festa foi bancada, entre janeiro de 2018 e dezembro de 2019, com o cartão corporativo do clube.

Documentos obtidos pelo Superesportes revelam que, só em restaurantes e bares de Belo Horizonte, Pires de Sá gastou R$ 42.734 mil no período em que foi presidente do Cruzeiro. O local preferido, de acordo com as investigações, é o D’Artagnan, bistrô localizado no coração do Lourdes, na Região Centro-Sul da capital. Só lá, ele pagou R$ 13.133 com o cartão do clube.

O segundo colocado no ‘ranking’ é o Mudesto Butiquim, onde Wagner era visto com frequência, inclusive depois que a turbulência do Cruzeiro ganhou proporção nacional, com as denúncias reveladas pelo Fantástico, da TV Globo. Em maio de 2019, Polícia Civil e Ministério Público iniciaram investigações contra ele e outros membros de sua administração por suspeitas de lavagem de dinheiro, falsidade ideológica e falsificação de documentos.

No bar, que fica bem próximo ao bistrô, Wagner fez compras no valor total de R$ 3.580 com o cartão corporativo do Cruzeiro entre janeiro de 2018 e dezembro de 2019. Restaurante do Hotel Fasano (R$ 3.383), A Favorita (R$ 2.813) e Armazém Medeiros (R$ 2.194) completam o top 5 dos locais em que o ex-presidente não poupou dinheiro do clube.

Ainda completam a lista restaurantes requintados da capital, casos dos renomados Glouton, do chefe global Leo Paixão, em que Wagner gastou R$ 818 e o Vecchio Sogno, de Ivo Faria (R$ 926). A culinária japonesa também foi contemplada nas escolhas do ex-presidente: estão na lista Kei Cozinha Japonesa (R$ 1.999) e Udon Restaurante Japonês (R$441), dois dos principais restaurantes orientais de BH.

Fora de Belo Horizonte a farra com bares e restaurantes também não foi pequena. Wagner usou o cartão do Cruzeiro para pagar compras que totalizaram R$ 22.417 no período em que foi presidente do clube. Formam o pódio dos gastos o Restaurante Bar 14 Bis, no Aeroporto Santos Dumont, no Rio de Janeiro (R$ 3.663), NB Steak, em Porto Alegre (R$ 2.763) e Sanduka, também na capital fluminense (R$ 1.349).

Quando não gastava com restaurantes em BH ou pelo mundo, Wagner usava o cartão corporativo do Cruzeiro para pedir chopp express. As planilhas analisadas por auditorias internas e externas mostram que o ex-presidente pagou R$ 2.002 em solicitações da bebida por delivery.

Clínica de estética

Outra compra feita por Wagner e faturada pelo cartão de crédito corporativo chama muita atenção. O ex-presidente pagou R$ 9.943 à uma clínica cuja razão social leva o nome ‘Belvedere’, do bairro da Região Sul de Belo Horizonte. Ele também utilizou as verbas do Cruzeiro para comprar meias de compressão (R$ 355) e para pagar exames no laboratório Hermes Pardini (R$ 150).

A reportagem busca contato com Wagner Pires de Sá desde a tarde dessa quarta-feira, mas sem sucesso. O ex-presidente não atendeu ao telefonema e não retornou aos contatos feitos pelo Whatsapp. Desta forma, fica impossível saber por qual motivo ele utilizou o cartão do Cruzeiro em um clínica de estética da capital mineira. A reportagem fica à disposição de Pires de Sá para tratar sobre esse tema e outros da série de reportagens ‘Farra dos cartões’.

Se somadas as compras em restaurantes de BH (R$ 42.734) e de fora da capital (R$ 22.417) aos gastos na clínica de estética (R$ 9.943) e com delivery de chopp (2.002), o montante alcança R$ 75.094.

Informações Superesportes/uai.com.br

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