Passou o Outubro Rosa e chegou o Novembro Azul. Esses meses coloridos servem de alerta para a saúde: o rosa, para alertar e conscientizar as mulheres contra o câncer de mama, e agora o azul, para chamar a atenção da ala masculina sobre a importância do diagnóstico precoce do câncer de próstata. A iniciativa é da Sociedade Brasileira de Urologia (SBU), em parceria com Instituto Lado a Lado pela Vida.
O tema da campanha é “Um Toque, um Drible”. Para que ninguém esqueça, vários pontos turísticos em diversas cidades serão iluminados de azul e panfletos explicativos serão distribuídos. Quando descoberta no início, a chance de cura é de 90%. Exatamente por isso é tão importante que os homens estejam conscientes da importância da prevenção. Porém, muitos ainda resistem ao exame clínico, basicamente um toque retal seguido de exame de sangue. Vale ressaltar que só uma biópsia pode confirmar a presença do câncer após o exame.
O câncer de próstata é o segundo mais comum entre os homens, atrás do câncer de pele. Segundo o Instituto Nacional do Câncer, foram identificados mais de 60 mil novos casos da doença no ano passado, sendo que cerca de três quartos dos casos no mundo surgem a partir dos 65 anos.
A fase inicial da doença quase não apresenta sintomas, mas pode trazer dificuldade de urinar e necessidade de urinar mais vezes durante o dia ou durante a noite. O tratamento varia de acordo com o estágio da doença. Se estiver mais avançado, a doença pode provocar dor nos ossos, problemas para urinar e até infecção generalizada ou insuficiência renal.
Hiperplasia prostática
A hiperplasia prostática é a mais comum e causa o crescimento benigno da glândula. 80% da população com mais de 50 anos apresenta o problema e, de acordo com Sandro Faria, urologista do Hospital Israelita Albert Einstein, estima-se que, de seis milhões de pessoas que precisariam receber tratamento cirúrgico, apenas 300 mil estão em tratamento. “Com o tempo, o crescimento da próstata causa a sensação de que a bexiga nunca se esvazia, o que prejudica toda a vida do homem, que precisa ir ao banheiro várias vezes durante o dia e à noite. Ele começa a ter dificuldade em participar de uma reunião, dormir a noite toda, ir ao cinema ou viajar. Casos graves levam à retenção ou incontinência urinária e até a insuficiência renal”, reforça o urologista.
Entre os fatores de risco estão tabagismo, obesidade e diabetes, mas o componente genético também é importante: filhos de pais com hiperplasia prostática têm seis vezes mais chances de desenvolver a doença. “Ter uma vida saudável, com alimentação equilibrada e sem cigarro, pode ajudar a diminuir as chances de apresentar o problema”, explica.
Casos mais leves são tratados com medicamento, mas 30% dos pacientes precisam de cirurgia para reduzir o tamanho da próstata, que pode ser tradicional – para retirada do excesso de tecido da próstata pela uretra, ou a laser, que vaporiza parte da próstata, diminuindo seu tamanho. “O tratamento mais avançado no Brasil atualmente é a cirurgia com laser verde, não invasiva, sem limite para o volume de próstata. A tecnologia chamada GreenLight torna a cirurgia mais rápida, não oferece risco para o paciente e reduz o tempo de internação e recuperação, que tem alta em até 24 horas”, explica. De acordo com o urologista, o tratamento com laser verde é um avanço para pacientes com doenças do coração – problema comum nesta faixa etária – que antes não tinham alternativas de cirurgia. “Como o sangramento é mínimo, não há necessidade de suspender o medicamento”, explica.
Fonte: Agência Estado