Copa do Mundo: Argentina, Suíça e França vencem. Jogos de segunda-feira

Argentina passa apertada pela Bósnia

Em um Maracanã repleto de argentinos como nunca, numa invasão já histórica, a seleção de Lionel Messi estreou com uma apertada vitória na Copa do Mundo, com direito a um golaço do craque – apenas o seu segundo em três Mundiais, mas mostrando que está, sim, em forma no Brasil. Tudo conspirava a favor de um triunfo hermano na noite deste domingo. Multidão albiceleste desde as primeiras horas do dia, cantando bastante, clima de 25 graus e muito mais qualidade técnica à disposição. No campo, porém, a partida foi até bem disputada – até a aparição de Messi. A Argentina, favoritaça no grupo F, superou a Bósnia e Herzegovina por 2 a 1, tendo no primeiro gol a ajuda de Kolasinac, que marcou contra logo aos dois minutos.

Nos primeiros instantes da partida, Messi à parte, a grande atração no estádio – com o maior público da Copa 2014 até aqui, com 74.738 espectadores – era a disputa de gritos de guerra entre argentinos (maioria) e brasileiros, concentrados na barra à direita das cabines de televisão. A cada ‘Maradona é melhor Pelé” os brazucas, como são chamados pelos hermanos, devolviam com “Pentacampeão, pentacampeão”.

Voltando ao campo, o ofensivo time montado por Alejandro Sabella, com Messi, Di Maria e Sergio Agüero teve sérias dificuldades para passar pela defesa bósnia. O time, único estreante em Copas nesta edição, estava bem postado. O gol sofrido tão cedo, a partir de uma falta cobrada pelo onipresente Lionel no lado direito, acabou sendo um pecado para a atuação no primeiro tempo.

Empurrada pela massa, a Argentina tentava criar, com o camisa 10 partindo em velocidade, mas logo brecado pelos marcadores (implacáveis). Aos poucos, o adversário foi gostando do jogando e usando a sua arma nada secreta, o jogo aéreo (12 tentativas só no primeiro tempo. O objetivo, claro, era encontra o grandalhão atacante Edin Dzeko, campeão inglês pelo Manchester City. A jogada quase funcionou, mas com Senad Lulic. Após cobrança de escanteio, Lulic cabeceou no cantinho, mas o goleiro Sergio Romero fez ótima defesa.

Sabella reconhecera a má atuação até então. Tanto que fez duas mudanças no intervalo, com as entradas de Higuaín e Gago nos lugares de Maxi Rodriguez e Campagnaro. As modificações não surtiram o efeito esperado, com a escola descendente da Iugoslávia tomando a iniciativa, tocando a bola. Só não havia mais espaço para erros. Não diante de uma Argentina, jogando “em casa”. Em um desses erros, na falta de cobertura na entrada da área, Messi quase ficou cara a cara com o goleiro Bergovic. Houve um “levante” da torcida argentina. Levante maior ainda seria aos 20 minutos. Aí, definitivo.

Numa tabela rápida, Messi recebeu na entrada da área e fez tudo aquilo que o público está cansado de ver no Barcelona. Com a bola colada no pé esquerdo, em alta velocidade, passou por dois adversários e chutou no cantinho, sem chance para o goleiro. A bola tocando na trave foi para deixar claro que era inalcançável. A partir daí, não havia mais como ter reação. Na prática, teve. Ibisevic tocou entre as penas de Romero a cinco minutos do fim. Mas a festa argentina, iniciada ainda na manhã de domingo, cujo único objetivo era ver Messi desfilando talento no Maraca, continuou.

Segunda rodada

Os argentinos voltam a jogar no Mundial só no próximo sábado, em Belo Horizonte, contra o Irã. Novamente francos favoritos, mas a torcida – que também deve pintar a capital mineira de azul e branco – vai esperar um pouco mais de futebol. No mesmo dia, a Bósnia irá até Cuiabá para o confronto contra a Nigéria, que deve ser decisivo nas pretensões de avançar às oitavas de final.

Equador perde para a Suíça de virada no Mané Garrincha

Com apoio maciço dos torcedores no Mané Garrincha, o Equador parecia que teria forças para vencer a favorita Suíça, cabeça de chave do grupo E. A equipe comandada por Reinaldo Rueda começou melhor e abriu o placar, aos 22 minutos do primeiro tempo, após falha defensiva do time suíço. Bem postados em campo, os sul-americanos seguraram a vantagem até o fim do primeiro tempo.

Na segunda etapa, porém, a Suíça voltou melhor e conseguiu empatar logo aos dois minutos, com Mehmedi. Os europeus suportaram a pressão do Equador, principalmente nos últimos 20 minutos de jogo, e foram recompensados com gol nos acréscimos, de Seferovic. A vitória dá tranquilidade para os suíços na busca por uma vaga nas oitavas de final, em grupo que tem ainda França e Honduras, que duelam logo mais. Shaqiri foi o melhor suíço em campo. Pelo lado do Equador, Enner Valencia foi quem deu mais trabalho, enquanto seu xará e ídolo maior do time, Antonio Valencia, pouco produziu.

Jogo

No primeiro tempo, o Equador foi melhor e conseguiu aproveitar a única chance que teve. Montero avançou pela esquerda e sofreu falta próximo à bandeirinha de escanteio. Ayovi cruzou para o meio da área e Enner Valencia subiu mais que os zagueiros suíços para escorar para o fundo do gol.

Com a vantagem no placar, os equatorianos se encolheram no campo de defesa e não deram espaços para a Suíça. Os europeus tinham a posse de bola e vantagem territorial, mas não conseguiam penetrar na zaga do Equador. Assim, as principais chances dos suíços surgiram em chutes de fora da área. Shaqiri, Behrami e Inler levaram perigo dessa forma.

Bem organizada em campo, a seleção do Equador tentava surpreender nos contra-ataques, mas esbarrava na boa defesa suíça, que se recompunha com velocidade. Montero e Caicedo davam trabalho pelo lado esquerdo do campo, mas não conseguiam penetrar. Do outro lado, o ídolo maior dos equatorianos, Antonio Valencia, nada fez.

Substituição certeira

No intervalo, o técnico Ottmar Hitzfeld, da Suíça, trocou Stocker por Mehmedi e sua seleção melhorou. Logo no primeiro lance da segunda etapa, Lichtsteiner chegou com perigo pela direita. No minuto seguinte, Rodríguez cobrou escanteio para a Suíça do lado esquerdo e Mehmedi, no seu primeiro toque na bola, cabeceou para as redes, em lance muito parecido com o gol do Equador.

O 1 x 1 no placlar deixou o jogo mais aberto. Empurrado pela torcida, o Equador partiu para cima e deu espaços para a Suíça responder com jogadas em velocidade. Sem qualidade para finalizar, porém, o time suíço não levou mais tanto perigo. Os equatorianos chegaram mais perto, com belo chute de Enner Valencia, que quase acertou o ângulo, e outro de Montero, que carimbou a trave do goleiro Benaglio.

Nos minutos finais, o preparo físico dos equatorianos se sobressaiu e o time pisou no acelerador para tentar fazer 2 x 1. Os suíços só conseguiam parar os jogadores no Equador com falta e, em uma delas, o goleiro Benaglio foi mal, espalmou para o meio da área, e arrancou suspiros da plateia, aos 40 minutos da etapa final.

Já nos acréscimos, os suíços mostraram que ainda estavam ligados e, no último lance da partida, partiram em contra-ataque que terminou com gol do centroavante Seferovic, que também saiu do banco. Fim de festa para os equatorianos, que fizeram mais barulho no Mané Garrincha e acreditaram na vitória até o final.

França bate Honduras com facilidade na estreia em Porto Alegre

Dominadora durante quase toda a partida, a seleção francesa começou a Copa do Mundo com o pé direito. Com dois gols de Benzema e um do goleiro Valladares contra, o time de Didier Deschamps fez 3 a 0 em Honduras no Beira-Rio, em Porto Alegre. As curiosidades da tarde ficaram por conta da não execução dos hinos, devido a problemas no sistema de som do estádio, e do uso da tecnologia da linha de gol para confirmar o segundo gol francês.

Honduras começou o jogo animada com o apoio do público no Beira-Rio, mas a empolgação não durou nem dez minutos. Logo a França se adonou do meio-campo e passou a criar oportunidades, chegando ao gol no fim do primeiro tempo. No começo da etapa final, o polêmico gol contra de Valladares aumentou a vantagem francesa, a qual foi aumentada mais tarde por Benzema, o grande nome da tarde em Porto Alegre.

A França volta a vencer em Copas após cinco jogos – desde a semifinal de 2006 a equipe não ganhava um jogo em Mundiais, enquanto Honduras segue sem vencer uma partida de Copa do Mundo, em sete disputadas. As duas seleções voltam a campo na próxima sexta-feira. Os hondurenhos enfrentarão o Equador em Curitiba, em um duelo dos dois lanternas do Grupo E, enquanto a França joga contra a Suíça, na Fonte Nova, em Salvador, no confronto de líderes da chave.

O jogo – A curiosidade antes da partida ficou por conta da não execução dos hinos dos dois países, devido a uma pane no sistema de som do Beira-Rio. Sem a possibilidade de homenagear Fernandão com um minuto de silêncio, os torcedores do Internacional, maioria no estádio, gritaram o nome do ídolo, morto em um acidente de helicóptero no último dia 6.

Animada com o apoio do público gaúcho, a seleção hondurenha começou o jogo tomando a iniciativa. A França levou cerca de 10 minutos até começar a se impor na partida. Ainda assim, a equipe de Didier Deschamps concluía pouco. A primeira foi uma cabeçada ruim de Benzema, aos 10. De resto, apenas levantamentos interceptados pelo goleiro Valladares.

Aos 14, a primeira grande chance francesa: após levantamento de Debuchy em falta ao lado da área, Matuidi apanhou o rebote e obrigou Valladares a uma grande defesa – a bola ainda bateu no travessão. Aos 22, Cabaye bateu torto após boa jogada de Valbuena pela esquerda. No minuto seguinte, Evra levantou com perfeição e Griezmann cabeceou no travessão. Aos 24, Valbuena recebeu lançamento espetacular de Griezmann e cruzou para Benzema, que cabeceou por cima, com grande perigo.

Aos 30, Pogba e Wilson Palacios se estranharam e levaram cartão amarelo. A paralisação de um minuto após a dura dividida tirou um pouco do ritmo da França, que só voltou a cara aos 37, quando Matuidi recebeu belo passe na área hondurenha, mas foi travado na hora do arremate. Aos 40, Benzema recebeu lançamento de Pogba quase na pequena área, mas Najar salvou.

Aos 44, a casa hondurenha começou a cair. Pogba recebeu lançamento na área e foi derrubado por Wilson Palacios. Pênalti, e expulsão para o volante de Honduras, que já tinha amarelo. Benzema tirou o goleiro da foto e abriu o placar para os franceses. Nos acréscimos, os franceses quase ampliaram: Valbuena cobrou falta lateral direto para o gol e Valladares espalmou.

Logo no início do segundo tempo, a França ampliou. Aos dois minutos, Cabaye cruzou e Benzema chutou de primeira. A bola bateu na trave, no goleiro Valladares e entrou, sem tocar as redes. A tecnologia de linha do gol mostrou que num primeiro momento a bola não havia cruzado a linha, mas na sequência do lance sim, gerando uma polêmica após o lance ser repetido no telão do Beira-Rio. No fim, revendo o vídeo, o árbitro Sandro Meira Ricci confirmou o gol de forma correta, anotando gol contra de Valladares.

Batido em campo, o time hondurenho seguiu sendo pressionado. Aos 8, Benzema recebeu livre na área e chutou para grande defesa de Valladares. Dois minutos mais tarde, após rápida combinação, Valbuena bateu para fora com perigo ao tentar o ângulo do goleiro. Aos 19, Evra subiu pela esquerda e cruzou para a conclusão de Sissoko, na rede pelo lado de fora.

Honduras só assustou aos 22, em chute fraco de García dentro da área, defendido por Lloris. A tarde foi negativa para a seleção hondurenha que a bandeira do país sofreu um problema no seu hasteamento e acabou retirada pela FIFA durante o segundo tempo. Aos 27, o terceiro gol francês: após escanteio, Debuchy chutou cruzado, a bola bateu na zaga e sobrou para Benzema estufar as redes. Com a larga vantagem francesa, o jogo caiu de ritmo nos minutos finais.

Jogos da segunda-feira, 16/06

13:00 – Alemanha  X Portugal, na Fonte Nova, em Salvador

16:00 – Irã  X Nigéria, na Arena da Baixada, em Curitiba

19:00 – Gana  X Estados Unidos, na Arena das Dunas, em Natal

Fonte: www.superesportes.com.br

Compartilhe

PinIt

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *