Covid-19: Diretor do HCL orienta municípios da região para casos graves

O Diretor Técnico do Hospital César Leite, Dr. Luís Cláudio Mendes Valle, chama a atenção da população e dos gestores de saúde para a mudança do cenário da Unidade Covid-19. O número de pacientes graves de infecção pelo novo coronavírus da cidade de Manhuaçu diminuiu, enquanto outros municípios da região continuam enviando pessoas com o quadro mais avançado da doença. O médico reforça que a busca ativa para identificar e tratar as pessoas nos estágios iniciais da doença, como Manhuaçu está fazendo, tem dado resultados positivos.

O médico explica que as grandes aglomerações de Natal e Ano Novo trouxeram o caos durante o mês de janeiro. “Nós alertamos desde o fim do ano que isso iria impactar o Hospital César Leite, porque não tínhamos previamente ações de combate mais efetivo no tratamento precoce da doença e houve grandes aglomerações com as festividades de Natal e Ano Novo, especialmente com famílias que foram para as praias”.

Dr. Luís Cláudio lembra que nos 15 a 30 dias depois da virada de ano, o HCL bateu todos os recordes de ocupação na Unidade Covid-19. “Infelizmente, tivemos que negar inúmeras vagas e um grande número de óbitos ocorreu, no final de janeiro, decorrente de pacientes que já se encontravam hospitalizado de longa data e sem um prognóstico de recuperação”.

A mudança começou no final de janeiro e ficou mais perceptível nos primeiros dias de fevereiro: uma queda importante no número de casos graves na UTI, principalmente de pacientes da cidade de Manhuaçu. “Percebemos que isso é resultado da adoção do tratamento precoce no nosso município, a partir do dia 4 de janeiro, e as campanhas de busca ativa na fase inicial da doença, com a atuação dos ambulatórios, dos ESF, que começaram a fazer a identificação de possíveis doentes e adotar o tratamento o mais breve possível”, destaca.

Avaliando tecnicamente, o médico aponta que essa busca ativa fez com que o número de casos notificados aumentasse. Inicialmente, isso pode parecer ruim, mas a análise é que, quando mais cedo for detectada a doença e se iniciado o tratamento, é melhor.

“O que tem mudado a história, ao nosso ver, nesse intervalo de 45 dias, é que o número de casos leves a moderados aumentou, justamente porque estão buscando esses casos ativamente na comunidade e fazendo tratamento precoce desses pacientes. Em consequência o número de casos graves, que impacta na UTI do hospital, tem diminuído vertiginosamente, principalmente no município de Manhuaçu, que vocês podem acompanhar nos boletins diários que a gente divulga pelo HCL”, argumenta.

Nesta quinta, 18/02, a enfermaria está 100% ocupada, enquanto a UTI vem operando com vagas há alguns dias. “Chegamos a ter dias com 50% das vagas ocupadas. A enfermaria vem mantendo o número de ocupação mais alto. É exatamente isso que procuramos: os casos leves a moderados estão sendo diagnosticadas precocemente, internados precocemente e consequentemente a gente trata e dá alta mais rapidamente, ou seja, a rotatividade de leitos é maior. Em compensação na nossa UTI, há mais de duas semanas, não negamos vagas para casos graves. Os casos graves da Covid-19 diminuíram”, explica o médico.

OUTROS MUNICÍPIOS

No entanto, Dr. Luís Cláudio explica que a redução tem sido principalmente dos pacientes de Manhuaçu, enquanto os casos graves continuam vindo de outros municípios.

O diretor técnico do HCL argumenta que o município de Manhuaçu está fazendo seu dever de casa, promovendo busca ativa, colocando as equipes de PSF para trabalhar intensivamente na identificação dos casos da doença e tratando-os logo no início.

Ele questiona se outras cidades não estão adotando os procedimentos necessários para evitar que a doença se agrave. “Sobre esse número de casos graves de outros municípios, nós não temos informações, mas questiono se eles estão fazendo essa busca ativa e se estão tratando precocemente os doentes. Fica o nosso alerta para que a vigilância seja redobrada, que os casos continuem sendo buscados na sua fase inicial, principalmente nos outros municípios, porque assim a gente tende a manter uma curva de desocupação dos leitos, ou seja em queda, principalmente na UTI”.

CARNAVAL E PRAIA

O médico ainda pontua que a preocupação agora é por conta de muitas pessoas que viajaram para praia no feriado de Carnaval. É necessário manter o cuidado e evitar trazer a doença para os idosos que estão em casa.

“A vacina está chegando aos poucos. Precisamos manter a pegada de vigilância porque nós ainda não temos leitos em abundância para dizer que estamos tranquilos. Os municípios de outros locais do Estado estão abarrotados, estão sem vaga, nós admitimos agora uma política pública e parece que ela começa a dar resultados favoráveis, nos deixando mais felizes, mas eu pergunto a todos os governantes municipais: Vocês estão fazendo a parte de vocês? Estão fazendo busca ativa? Estão tratando precocemente os seus pacientes? Os nossos números têm mostrado que os casos graves que chegam ao hospital hoje, na maioria das vezes, são de outros municípios”.

Dr. Luís Cláudio termina pedindo a todos para manter firme a vigilância para “que esse número realmente continue a cair a fim de que essa pandemia nos dê a trégua necessária para que a gente possa continuar as nossas vidas. Eu desejo a todos um ótimo final de semana, que todos tenham muita paz, que tenham muito discernimento entendendo que a doença não acabou que os cuidados”.

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