A vida vai acontecendo entre perdas e ganhos. Todos os dias é necessário revestir-se de coragem e entrar no jogo da vida com o desejo de somar acertos e minimizar o impacto dos erros. Há uma facilidade em acumular algumas coisas que, pensando bem, são desnecessárias, pois sem as quais é possível continuar vivendo bem.
Além do ímpeto de adquirir, é fácil também acomodar-se na superficialidade e não cultivar adequadamente a essência. Num determinado momento é imprescindível desfazer-se do supérfluo e apresentar o que é significativo, o próprio eu, desnudo de tudo o que foi sendo acumulado ao longo dos dias.
Para encontrar-se verdadeiramente, quase sempre se faz necessário adentrar no campo das perdas. Se não houver disposição para perder, dificilmente haverá o verdadeiro encontro com o sentido do próprio viver.
De nada adiante ter endereço certo, se não há harmonia e nem alegria. Algumas dores chegam para transformar e lapidar a personalidade, dando ao ‘eu interior’ o aconchego necessário para inspirar passos seguros e alentadores.
Quanto menos coisas, mais simples será a existência e mais serena a convivência. Aceitar as perdas, promover o desapego: é um bom começo para uma nova história de vida.