Prevenir ainda é a melhor estratégia contra o câncer de mama

Assim como quaisquer outros tipos de câncer, o câncer de mama também é preocupante. Estimativas do Instituto Nacional do Câncer (INCA) apontam que, somente em 2020, são esperados mais de 66 mil casos no país — quadro agravado por conta da pandemia causada pelo novo coronavírus. Esta é a má notícia. A boa é que ele tem cura, especialmente quando descoberto em seus estágios iniciais.

No Brasil, o câncer de mama corresponde a 29% dos casos de câncer nas mulheres, ao lado dos cânceres de pele não melanoma. “O câncer de mama, quando tratado e diagnosticado precocemente, na maioria das vezes é curável. O diagnóstico e o tratamento tardio são fatores que contribuem para o aumento das taxas de mortalidade por essa doença”, explica o oncologista clínico Alexandre Boukai, oncologista do Grupo Oncoclínicas.

Cuidados constantes

A atenção à saúde das mamas deve ser constante. Mas é a partir dos 40 anos que a atenção deve ser redobrada — especialmente para aquelas que já possuem algum caso da doença na família. “É importante consultar o ginecologista e discutir sobre o exame de rastreio do câncer de mama (a mamografia)”, detalha Boukai.

Os fatores de risco que podem causar a doença são muitos: obesidade, tabagismo, etilismo e outros fatores como história familiar de câncer de mama, nuliparidade (não ter filhos), uso de terapia de reposição hormonal por tempo prolongado. “Mas é importante também mencionar os fatores comportamentais que podem reduzir o risco de câncer de mama, como, por exemplo, a amamentação e a atividade física regular”, reitera o oncologista.

Tratamento

Atualmente, a medicina oferece dois tipos de tratamento cirúrgicos para quem é diagnosticado com câncer de mama: a mastetcomia, que é a retirada cirúrgica de todo o tecido mamário, e a cirurgia conservadora da mama, por meio da qual não é necessário retirar todo o tecido mamário, apenas a região da mama que está acometida pela doença.

O tratamento vai variar para cada paciente. “Algumas pacientes são preferencialmente tratadas com mastectomia seguida de reconstrução de mama e outras por meio da cirurgia conservadora de mama, mas ambos são tratamentos cirúrgicos eficazes para as pacientes com doença localizada apenas na mama ou linfonodos axilares. De modo geral, o primeiro tratamento após o diagnóstico do câncer de mama é o tratamento cirúrgico, seja a mastectomia ou a cirurgia conservadora da mama. A mastectomia é um tratamento que deve ser realizado após avaliação da equipe médica, junto à paciente, principalmente nos casos em que a cirurgia conservadora não é possível”, detalha o oncologista.

Maria Cristina de Souza Trevizan, 62, descobriu a doença enquanto fazia exames de rotina. “Descobri o câncer por uma mamografia e ultrassom”, lembra. “Mas o meu caso foi hereditário, pois o meu pai faleceu de câncer de mama. Superei a doença fazendo 26 sessões de quimioterapia, mas graças a Deus e Nossa Senhora, hoje estou bem, e sigo com meus exames de rotina”.

Embora tenha passado por um processo de mastectomia, quatro anos depois da cirurgia, em agosto de 2015, Maria fez a reconstrução da mama atingida pelo câncer.

Vida saudável

É consenso entre a comunidade médica que as atividades físicas e um estilo de vida saudável são imprescindíveis para dificultar o surgimento do câncer de mama. “São itens extremamente importantes e devem ser considerados como parte integrante do tratamento”, reforça Boukai. “Alguns estudos mostram que a obesidade ao diagnóstico do câncer de mama e o ganho de peso após o diagnóstico ou tratamento são fatores que podem aumentar o risco de recidiva da doença”.

Além do mais, levar uma vida saudável implica, inclusive, que outras doenças possam não acometer a saúde da mulher. “A atividade física e uma alimentação balanceada, além de serem fatores importantes para o controle do peso corporal, contribuem para a saúde das mulheres de maneira global (redução do risco de diabetes e eventos cardiovasculares, por exemplo)”, ressalta o médico oncologista.

Segundo estimativas divulgadas pelo Instituto Nacional do Câncer (INCA), mulheres que adotam comportamentos protetores (como seguir alimentação saudável, praticar atividades físicas regularmente, manter o peso e evitar bebidas alcoólicas) são capazes de evitar em 28% todos os casos da doença. (Canção Nova)

Compartilhe

PinIt

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *