O dono de um pequeno comércio, amigo do poeta Olavo Bilac, abordou-o na rua e perguntou-lhe: senhor Bilac, preciso vender o meu sítio, aquele que o senhor conhece tão bem. Será que poderia redigir um anúncio para o jornal? Bilac então escreveu: Vende-se encantadora propriedade, onde cantam os pássaros ao amanhecer no extenso arvoredo, cortada por cristalinas e marejantes águas de um ribeirão. A casa banhada pelo sol nascente. Oferece sombra tranquila das tardes na varanda. Bem depois, o poeta encontrou o homem e perguntou se ele havia vendido o sítio. Ao que respondeu: nem pensei mais nisso. Quando li o anúncio, percebi a maravilha que tinha. Às vezes, desprezamos as coisas boas que possuímos indo atrás da miragem de falsos tesouros. Sempre vemos pessoas abrindo mão dos filhos, da família, do cônjuge, dos amigos, da profissão, do conhecimento acumulado durante anos de vida, da boa saúde, das belezas da vida. Jogam pela janela aquilo que Deus lhes deu, com tanta graça, e que em anos foi cultivado com garra. Olhe em volta, valorize o que tem: seu lar, pessoas amadas, amigos com quais pode de fato contar, o conhecimento que adquiriu, a sua boa saúde e as belezas da vida, que são verdadeiramente o seu mais precioso tesouro. Não adianta fazer um carinho naqueles que o amam depois que morrerem. Não adianta querer reaver trabalhos que negligenciamos. O melhor a fazer é valorizar isso agora. Em vez de isolar-se por causa de fraquezas, procure investir na amizade verdadeira e construtiva dos companheiros de sua vida. É necessário fé em Deus para que a autoestima seja fortalecida pela superação dos problemas cotidianos. É o que lhe desejo.
