“Doença do pombo” é grave e pode levar à morte

Mortes por conta da criptococose chamam atenção da população. Popularmente conhecida como “doença do pombo”, a infecção é causada por um fungo que está presente no meio

ambiente, na matéria em decomposição – como folhas e galhos de árvores – e também nos esporos que ficam nas fezes secas das aves.

De acordo com Susanne Edinger Pereira, Infectologista, a “ doença do pombo ” é transmitida para o homem e outros animais por meio da inalação de esporos do fungo do gênero Cryptococcus. Em pessoas com a imunidade comprometida, o problema é mais comum e mais grave.

A profissional explica que, após o fungo ser inalado, ele pode se instalar no sistema nervoso, motivo pelo qual ocorrem tantas manifestações neurológicas. “Pode causar alterações visuais, auditivas, de equilíbrio, dores de cabeça que não melhoram com o uso de analgésicos, pois o mecanismo é de aumento da pressão intracraniana”, aponta.

Diante disso, pacientes com dor de cabeça de alta intensidade que não melhora com medicação habitual devem ser avaliados por um médico, que indicará a realização de exames para avaliar o quadro. “Habitualmente, realiza-se tomografia de crânio e, se indicado, coleta de líquido cefalorraquidiano (liquor), por um especialista”, destaca Susanne.

A infectologista ressalta que a doença pulmonar é diagnosticada em exames de imagem no rastreio de infecções em pacientes com imunidade diminuída. No caso de pacientes com AIDS, por exemplo, pode causar meningite criptocóccica, que acontece quando o fungo ataca o sistema nervoso.

Em pessoas imunocompetentes, cujo sistema imunológico responde normalmente, as consequências são mais raras, mas, por outro lado, mais graves. O tratamento, por sua vez, é realizado com medicações antifúngicas por via oral ou na veia, de forma única ou em conjunto com mais de um medicamento. Pode durar semanas, meses ou até mesmo anos.

Sintomas da “doença do pombo”

De acordo com o Ministério da Saúde, as manifestações clínicas vão depender da condição do sistema imunológico de cada pessoa e, ainda, do subtipo do fungo em questão. No caso de meningite fúngica, os principais sintomas são febre, dor no peito, dor de cabeça, náusea, fraqueza, rigidez na nuca, vômito, sudorese à noite, alteração da visão e confusão mental.

Em pessoas com a imunidade baixa, Susanne recomenda fazer acompanhamento médico regular. “Estar bem clinicamente pode não significar estar saudável. A infecção é grave e pode levar à morte”, destaca. No outro grupo, quem sentir qualquer sintoma persistente, como enjoo, tontura, convulsão, por exemplo, deve procurar auxílio médico.

Como evitar?

Não há nenhuma medida preventiva específica. No entanto, a infectologista defende que uma forma de prevenção é a implementação de medidas de saúde pública que evitem aglomeração de pombos em praças e edifícios. “Evitar formação de ninhos desses animais próximo a residências, principalmente se houver pacientes com comprometimento da imunidade”, diz.

Para quem trabalha na limpeza de locais onde há criação de aves ou pombos, a recomendação do Ministério é a utilização de máscaras durante o trabalho. Além disso, é importante aplicar desinfetante nas fezes dos pombos antes de varrê-las e não deixar restos de alimentos espalhados.

Uma medida que pode ser adotada pela população em geral é não alimentar os animais. Segundo a Prefeitura de São Paulo, fornecer comida para eles tem como consequência o desequilíbrio populacional com proliferação excessiva das aves. Isso, por sua vez, causa problemas para o meio ambiente e afeta a qualidade de vida das pessoas, como a “ doença do pombo ”.

(Fonte: www.saude.ig.com.br)

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