O estresse é necessário para nossa saúde?

Antes de qualquer coisa, é importante deixar bem claro que o estresse é algo necessário. Ele nem sempre é negativo, e é por causa dele é que nos mantemos vivos. Assim como o homem das cavernas se defendia dos predadores por meio das reações de luta-fuga que caracterizam as reações de estresse, o mesmo acontece conosco até os dias de hoje.

Vejamos como isso acontece do ponto de vista fisiológico. Para tal, há necessidade de conceituarmos alguns pontos que serão importantes no entendimento de como o estresse pode influenciar nossa saúde física, mental e espiritual.

É fácil entender que todos os mecanismos descritos na reação de luta-fuga são próprios do nosso organismo e fazem parte do nosso sistema de defesa, sendo vitais para a sobrevivência. Se, no entanto, esse estímulo se torna crônico, começam a surgir efeitos nocivos ao organismo. Como resultado, o estresse, que era positivo, se torna negativo, levando a várias complicações, conforme descrevo a seguir:

No sistema respiratório, pode ocasionar falta de ar, respiração curta e rápida, asma brônquica e opressão no peito.

Nos músculos, pode ocasionar contraturas, espasmos, dores, câimbras e rigidez muscular. No coração, as doenças das coronárias, como infarto e angina, hipertensão arterial e arritmias.

Na pele, podem ocorrer: alopecia (perda de pelos e cabelos), eczemas, sudorese excessiva, dermatite atópica e tricotilomania (hábito irresistível de arrancar o próprio cabelo ou pelos de zonas distintas do corpo).

No sistema gastrointestinal, ocorrem as famosas gastrites de estresse, as úlceras pépticas, colites ulcerosas, dispepsias e aerofagia.

Do lado endocrinológico, o estresse pode ser o causador de hiper ou hipotireoidismo, hipoglicemia, síndrome metabólica, diabetes e síndrome de Cushing.

Na vida sexual, os efeitos podem ser: vaginismo, impotência, ejaculação precoce, coito doloroso e alterações da libido.

Além disso, o estresse crônico pode ser responsável por cefaleias crônicas, alterações do apetite, ocorrência de gripes, herpes, artrite reumatoide, insônia, dores de estômago e diversas dores crônicas.

Nível de estresse

Existem várias formas de medir a atividade do sistema nervoso autônomo e, indiretamente, o nível de estresse das pessoas. Tenho feito no consultório um teste com um aparelho especial que analisa a variação da frequência cardíaca durante cinco minutos. Por meio de software específico, podemos ter uma ideia do nível de estresse das pessoas, analisando os parâmetros obtidos dos registros.

Esse exame tem sido relevante na análise da resposta ao tratamento que indico aos pacientes, sendo impressionante a melhora dos dados após exercício físico programado ou meditação ou, ainda, após a prática da oração do terço. Embora necessite de mais evidências científicas, esse método tem se mostrado muito valioso na minha prática clínica diária.

Dr. Roque Marcos Savioli – www.cancaonova.com

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