Consumir frutas cítricas diariamente ajuda a reduzir o risco de desenvolver a endometriose

Uma nova possibilidade de prevenção da endometriose traz luz às pacientes acometidas pela enfermidade. Estudo realizado pela Universidade de Oxford revelou que a ingestão de frutas cítricas auxilia na redução das chances para o desenvolvimento da doença, que afeta cerca de 6 milhões de brasileiras e é uma das principais causas da infertilidade feminina.

O estudo, realizado durante 20 anos, apontou que as mulheres que passaram a consumir uma porção de frutas cítricas diariamente tiveram redução de 22% no risco de desenvolvimento de endometriose em comparação com as que comiam menos de uma vez na semana. A nutricionista Ana Letícia Ferreira Alves explica que a endometriose é uma doença ginecológica definida pelo desenvolvimento e crescimento de estroma e glândulas endometriais fora da cavidade uterina, o que resulta numa reação inflamatória crônica. “Como as frutas cítricas têm ação anti-inflamatória, devido à betacriptotanxina (pigmento natural encontrado nesses alimentos), contribuem para a redução do risco de desenvolvimento da endometriose”, diz.

“Podemos consumir as frutas, adicioná-las em saladas ou na forma de sucos. Podem ser incluídas em qualquer refeição do dia. As frutas cítricas também são fontes de vitamina C, que melhora a absorção do ferro no intestino e auxilia no tratamento e prevenção da anemia ferropriva (por deficiência do ferro). Por serem fontes de fibras, contribuem para o funcionamento intestinal. A melhor opção para prevenir doenças é o equilíbrio, manter uma vida saudável, praticar atividade física (sempre com orientação médica e acompanhamento de profissional habilitado) e cultivar hábitos alimentares saudáveis.

Sintomas

Agnaldo Lopes Silva Filho, ginecologista, professor da UFMG e vice-presidente da Região Sudeste da Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo), explica que células endometriais são a camada mais externa do útero fora do lugar. “Pode incluir o peritônio (membrana que reveste todas as vísceras – endometriose peritoneal) e ovários (endometriomas). Também existe a endometriose infiltrativa (que pode acometer o reto, bexiga e ureter, além de ligamentos) e a adenomiose, que afeta a própria musculatura uterina.”

O médico explica que é uma doença difícil de se evitar. “O importante na endometriose é que a mulher fique atenta aos sintomas e procure ajuda médica. O uso de pílulas anticoncepcionais e alguns tratamentos hormonais – incluindo a gravidez – podem adiar o tratamento dos sintomas. O especialista ressalta que uma das teorias mais aceitas para a endometriose é a menstruação retrógrada, em que o sangue menstrual, carreando células endometriais, passa pelas tubas uterinas e cai na cavidade peritoneal.

Segundo o especialista, existem duas grandes repercussões da endometriose: “A dor pélvica crônica, caracterizada por cólicas menstruais muito intensas, podendo apresentar dor durante a relação sexual e sintomas intestinais no período menstrual, como dor evacuatória, diarreia ou intestino preso, além de sangramento retal. Outra consequência é a infertilidade. Mas pode haver combinação de todos esses sintomas”, afirma. No geral, os sintomas se iniciam após a primeira menstruação e se tornam mais extensos com o passar do tempo. “Na pós-menopausa ocorre uma redução nos sintomas em função da diminuição dos estímulos hormonais. A endometriose é uma doença típica da mulher na idade reprodutiva.”

DIAGNÓSTICO

O médico esclarece que a endometriose resulta numa diminuição importante na qualidade de vida da mulher associada à dor e à infertilidade. “É difícil evitar. O importante na endometriose é que a mulher fique atenta aos sintomas e procure ajuda médica. O diagnóstico é baseado na história clínica, no exame físico, na ultrassonografia transvaginal e na ressonância magnética. A videolaparoscopia é o padrão usado para o diagnóstico, permitindo, ainda, a avaliação da extensão da doença e o tratamento adequado.”

Agnaldo esclarece que o tratamento se baseia na retirada das lesões, por meio de cirurgia, seguida de bloqueio hormonal. “Nos casos de infertilidade, pode ser necessário o tratamento específico na reprodução humana.”
O ginecologista explica que a endometriose se associa muito mais com a diminuição da qualidade de vida do que com o risco de morte. “O tratamento adequado em centros de referência, feito por profissionais especializados, está associado a uma alta taxa de controle da doença.

Informações www.uai.com.br

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