Enxaqueca é incluída pela OMS no rol de doenças mais incapacitantes

Basta um dia estressante e uma noite maldormida, e lá está ela. Sortudo é quem nunca passou pelo incômodo de uma dor de cabeça – são mais de 150 os tipos já identificados, de acordo com estudos da Sociedade Internacional de Cefaleia e da Sociedade Brasileira de Cefaleia. Entre eles, um dos mais conhecidos é a enxaqueca, que vai além de um simples desconforto e interfere na qualidade de vida de quem precisa aprender a conviver com o problema.

A enxaqueca afeta cerca de 15% da população brasileira, algo em torno de 31 milhões de pessoas, a maioria na faixa dos 25 aos 45 anos. Após os 50, a taxa tende a diminuir, principalmente em mulheres. Quando se trata de crianças, ocorre em 3% a 10%, afetando igualmente ambos os sexos antes da puberdade. Após essa fase, o predomínio é no sexo feminino.

Entre as mulheres, o problema chega a até 25%, mais que o dobro da prevalência entre os homens, segundo o Ministério da Saúde. A dor é facilmente confundida com a de uma cefaleia comum. Mas, de acordo com a Academia Americana de Neurologia, não é necessário passar por exames de imagem para o diagnóstico. Basta preencher os critérios que identificam a enxaqueca para que o tratamento possa ser iniciado.

Thaís Martins, do Hospital Santa Lúcia e membro titular da Sociedade Brasileira de Neurologia, destaca que para quem sofre de enxaqueca o impacto social, econômico e emocional é inevitável. “O paciente não presta atenção nas coisas, não trabalha ou estuda bem e tem certas áreas da memória afetadas”, revela Thaís. A doença está entre os problemas mais incapacitantes do mundo, de acordo com a Organização Mundial da Saúde. A dor pode ser episódica ou crônica, e a doença pode ocorrer com aura ou sem aura – um sintoma neurológico, como uma alteração visual.

SEM DESLEIXO

A estudante Thais Cristina Dutra de Souza, de 19 anos, descobriu que tinha enxaqueca em 2015, mas só começou a tratá-la em 2016 e diz que a vida dela deu uma reviravolta. “Entendi que apenas viver e viver sabendo que se tem a doença eram coisas completamente diferentes, e a partir dali tive que me adaptar a um novo estilo de vida. ‘Estilo’, digo assim, pois uma série de mudanças estavam chegando e tive que me adaptar a elas. Comecei com meus hábitos alimentares.”

Thais conta que ao conversar com neurologista descobriu que sua enxaqueca é ligada ao que ela consumia. Desde então, carne de porco, barras de chocolates e derivados do próprio chocolate, alimentos processados e muito industrializados não podiam ser consumidos. “Tive que mudar minha rotina ao dormir e acordar e até mesmo nos momentos de diversão tive que me policiar. Nada de ficar muito tempo navegando na internet ou vendo séries por horas, pois isso gerava certo desconforto na minha mente devido à luz das telas. Elas provocavam minha enxaqueca.”

Segundo a estudante de jornalismo, mesmo se abstendo diante de tantas regras ainda não era o suficiente. “Por indicação médica, comecei a tomar remédios controlados, para afastar os períodos das crises que ainda perduravam, e mais um remédio para dor quando ela incomodava. Hoje, após tanto lutar contra a doença, seguindo à risca todas as regras e fazendo uso dos medicamentos, posso dizer que meu organismo se acostumou com a mudança e quase não tenho dores. A enxaqueca tem fases na minha vida e na de qualquer outra pessoa, ela passa e volta quando menos se espera, por esse motivo é importante continuar firme.”

Informações Uai.com.br

Compartilhe

PinIt

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *