Manhuaçu participa da Conferência Estadual das Mulheres

Conf Saude Mulher EStado (3) Conferencia Saude Mulher MG (2) Conferencia Saude Mulher MG (3)Quatro representantes de Manhuaçu participaram da 1ª Conferência Estadual de Saúde das Mulheres, promovida pela Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) e Conselho Estadual de Saúde de Minas Gerais (CES-MG). Participaram Carla Queiroz, Sulamita Heringer, Carmem Lúcia e Viviane Carmo. O evento teve como objetivo propor diretrizes para a Política Estadual e Nacional de Atenção Integral à Saúde da Mulher no Sistema Único de Saúde (SUS).

Nos meses de maio e junho, gestoras, gestores, profissionais de saúde, além de usuárias e usuários do SUS de todo o Estado se reuniram nas Conferências Municipais de Saúde e também nas plenárias de movimentos populares e sociais organizadas pelo CES-MG.

Nesses encontros, propostas as mais diversas foram elaboradas pelas delegadas e delegados para serem trazidas para discussão na Conferência Estadual. Para tanto, delegadas e delegados foram eleitos por seus pares para os representarem a nível estadual.

No início desta semana, no Minascentro, em Belo Horizonte, 950 pessoas –  70% dessas, mulheres – se reuniram novamente para discutir as propostas formuladas nos municípios. Nos quatro grupos de trabalho, um relatório de cada eixo temático foi apresentado e levado para a Plenária Final.

Além da participação no evento estadual, Carla Queiroz, Sulamita Heringer e Carmem Lúcia foram eleitas delegadas para a 2ª Conferência Nacional de Saúde das Mulheres ocorre em Brasília-DF,  entre os dias 17 e 20 de agosto.

VULNERABILIDADE E INVISIBILIDADE

Na Conferência de Saúde das Mulheres, o contexto se amplia para valer a trajetória de conquistas e, ao mesmo tempo, para a construção de políticas públicas que realmente expressem as necessidades da população feminina, respeitando sua autonomia em todas as dimensões e situações de vida.

As mulheres ainda sofrem com a violência de gênero (sexual ou doméstica, na maioria dos casos), com o risco de contraírem doenças e infecções sexualmente transmissíveis, com a criminalização do aborto, com os transtornos mentais, uso abusivo de drogas e álcool entre tantos outros casos e consequências sociais que incidem e são indicadores das políticas de saúde. Índices nacionais mostram que 18% da população de rua é feminina; no campo, esse número chega a 48%. Em 2012, o Sistema de Informação da Mortalidade apontava que 60% das mortes maternas eram de negras. E 90% desses casos poderiam ser evitados com ações concretas na saúde pública.

Não se pode deixar de considerar também a realidade nas organizações de trabalho, sejam urbanas ou rurais, que acarretam significativas consequências na vida das mulheres que acumulam jornadas extensas e comprometem sua saúde cotidianamente. Em dez anos, a participação das mulheres com idade ativa no mercado de trabalho cresceu de 50% (2000) para 55% (2010), enquanto a participação masculina caiu de 80 para 76% no mesmo período (IBGE/SPM/MD). As atuais condições de trabalho propiciam problemas como lesões por esforço repetitivo (LER), depressões e outros distúrbios e transtornos mentais, perda auditiva, partos prematuros, doenças cardíacas, alcoolismo e dependência química, entre outros que precisam ter atenção especial nos programas de saúde pública.

Quando se fala em saúde das mulheres, nos índices e números relacionados, percebe-se que ainda há muito o que se fazer, planejar e executar nos âmbitos municipal, estadual e nacional. Uma conferência de saúde é o momento não só democrático, mas também de resistência nesse contexto de constantes ameaças ao Sistema Único de Saúde (SUS).

Informações da Agência Minas/Portal Caparaó

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