Diabetes mata quatro vezes mais que Aids

A cada seis segundos uma pessoa morre vítima da doença no mundo. No Brasil, 72.200 perdem a vida para o mal a cada ano. Sem sintomas, 50% dos pacientes ignoram totalmente sua condição

Os números são assustadores. Mesmo sendo considerada uma doença silenciosa, o diabetes faz barulho entre pesquisadores, endocrinologistas, cardiologistas e clínicos de todo o mundo e é uma preocupação cada vez maior da comunidade médica. Segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), ela mata quatro vezes mais que a Aids. Os dados foram divulgados durante a 77ª Reunião da Associação Americana de Diabetes, com a participação de 15 mil especialistas, em San Diego, na Califórnia (EUA). Os especialistas não apresentaram números, mas garantem que o diabetes, inclusive, mata mais que a Aids e câncer, juntos.
A cada seis segundos uma pessoa morre de diabetes no mundo. Enquanto 5 milhões de pessoas perderam a vida em 2014 em decorrência do diabetes em todo o mundo, 1,2 milhão de portadores do HIV morreram vítimas da Aids. E pior: cerca de 50% dos pacientes com diabetes nem sequer sabem que têm a doença, porque os sintomas são praticamente imperceptíveis.

No Brasil, a situação não é diferente, com o agravante de que a classe de fármacos oferecidos pela rede pública de saúde são os mesmos da década de 1980 – metformina e sulfonilureias. A cada ano, o diabetes mata 72.200 brasileiros com idade superior a 30 anos de um total de mais de 16 milhões de diabéticos.

A previsão para 2040 ainda é mais aterrorizante: se continuarmos nesse ritmo, 642 milhões de pessoas em todo o mundo terão diabetes, o que corresponde a um adulto com diabetes a cada 10 em todo o planeta.

Segundo Antônio Roberto Chacra, endocrinologista no Hospital Sírio-Libanês e professor da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), não há dúvidas de que a prevalência de diabéticos cresceu em todo o mundo nos últimos anos. “Somente 5% dos pacientes talvez tenham acesso aos diabetologistas, por isso é importante que o conhecimento seja transmitido a clínicos gerais, cardiologistas, médicos que atuam no sistema público de saúde etc.”

Chacra destaca que o tratamento básico do diabetes (metformina, sulfonureias e fitas) é oferecido pela rede pública, mas acrescenta que medicamentos mais modernos ainda não estão disponíveis, obrigando determinados pacientes mais graves a recorrer à Justiça. “O que precisamos é ensinar melhor educadores, enfermeiros, nutricionistas, ou seja, uma equipe multidisciplinar para que o paciente seja assistido adequadamente. Precisamos tratar do paciente antes das complicações.”

Informações www.saudeplena.com.br

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