A intervenção consensual entre o Governo do Estado e o Ministério Público Estadual no Hospital Nossa Senhora Auxiliadora (HNSA) em Caratinga, pelo prazo de doze meses, podendo ser prorrogada, se necessário, está prevista para fevereiro. A informação foi dada na terça-feira (24/01), pelo superintendente regional de Saúde de Coronel Fabriciano, Wagner Barbalho, e pela diretora administrativa do HNSA, Suély Pereira de Souza.
O processo de intervenção consensual no hospital foi anunciado em entrevista coletiva concedida pelo presidente da Mesa Diretora do HNSA, o bispo diocesano dom Emanuel Messias de Oliveira, em 21 de dezembro. O bispo informou que esteve reunido com o promotor de Justiça, Dr. Gilmar de Assis, do CAO – Saúde (Centro de Apoio Operacional das Promotorias de Justiça de Defesa da Saúde), no dia 15 de dezembro.
Dom Emanuel destacou à época que toda a Mesa Diretora concordou e permitiu a intervenção do Estado porque o hospital não pode fechar. Para Dom Emanuel, a presença do Estado poderá dar uma solução para o hospital de Caratinga. “A gente vê com bons olhos esta intervenção do Estado”, disse naquela ocasião.
Em carta comunicado enviada à imprensa pelo bispo nesta terça, durante a reativação dos leitos de UTI Adulto do hospital, dom Emanuel destacou: “Temos certeza que a intervenção consensual do Estado em nosso hospital vai trazer imensos benefícios diretamente para toda a comunidade hospitalar e indiretamente para todos aqueles e aquelas que por alguma enfermidade vierem bater às portas deste centenário nosocômio, que não é nosso, mas de todo o povo da nossa microrregião”.
O superintendente regional de Saúde, Wagner Barbalho, comentou durante a cerimônia de reabertura da Unidade de Terapia Intensiva (UTI), sobre o processo de intervenção no hospital. Barbalho afirmou que dentro do prazo de até um ano toda a rede de saúde de Caratinga estará reestruturada.
“A Superintendência Regional de Saúde (SRS) está trabalhando para isso. Hoje, nós já temos um aporte de R$ 3,5 milhões em parcelas de R$ 500 mil para o hospital, e vamos passar agora por uma intervenção do Ministério Público. Aproveito para agradecer ao promotor Gilmar pela parceria junto com o Governo do Estado, e vamos ajustar a gestão fazendo com que o hospital atenda as necessidades e os gargalos da região. Então, vamos redefinir o papel do hospital na rede de uma vez por todas. Nós esperamos que isso aconteça nos próximos 12 meses. É uma desafio nosso restabelecer o hospital como aparelho da saúde hospitalar da região”, disse Wagner.
Ano passado, o bispo diocesano ressaltou que o hospital necessita de aportes financeiros do Estado. Segundo afirmado pelo presidente da Mesa Diretora do hospital em entrevista concedida, em dezembro, as receitas estão aquém das despesas. Até dezembro, o hospital possuía uma dívida de R$ 27 milhões e um déficit mensal de R$ 1 milhão.
O custo mensal do hospital e do Pronto Atendimento Microrregional (PAM) chega a quase R$ 2,8 milhões. O financiamento do hospital é composto por várias fontes de recursos. Atualmente, as receitas não atingem R$ 2 milhões. Até setembro de 2017, as dívidas com os médicos do hospital e do PAM também chegavam a mais de R$ 6,5 milhões. O hospital é uma instituição filantrópica e presta atendimento pelo SUS (Sistema Único de Saúde) a uma média de 250 mil habitantes de 13 municípios da microrregião de Caratinga.
“Nós enquanto Governo do Estado, estamos esperando a intervenção acontecer de fato. Já tem a aprovação da Mesa Diretora e também foi enviado o modelo de TAC (Termo de Ajustamento de Conduta) para assinar. Porém, o Ministério Público está de recesso. Então, nós vamos poder efetivar esse TAC a partir do dia 30 de janeiro. No mês de fevereiro, a gente já deve estar realizando todo o processo de documentação, de intervenção, de assinaturas. E aí, primeiro é feito um diagnóstico, uma auditoria, para depois a gente aportar outros recursos necessários para ampliação do atendimento do hospital”, explicou Barbalho.
Informações TV Super Canal, Caratinga
