Minas Gerais confirma 23 mortes por conta da doença

A Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES) confirmou nesta quinta-feira que 23 pessoas morreram por febre amarela no estado por conta do surto da doença. Outros 31 óbitos suspeitos são investigados. Segundo o balanço, foram 206 casos notificados e 34 confirmados. Com isso, Minas tem o seu maior surto da história de febre amarela.

Em reunião entre técnicos da SES e do Ministério da Saúde, foi decidido adotar critérios de casos notificados e confirmados. Com isso, foi retirado os casos prováveis, quando o paciente tinha passado por exames preliminares que confirmavam a doença. Com base nisso, foi feita uma reavaliação dos casos e também dos óbitos de acordo com cinco novos parâmetros.

São eles: Exame laboratorial detectável para Febre Amarela; exame laboratorial não detectável para dengue; histórico vacinal (não vacinado/vacinação ignorada); sinais e sintomas compatíveis com a definição de caso; e exames complementares que caracterizam disfunção renal/hepática.

Segundo a SES, foram priorizados os 53 casos prováveis. Eles foram reavaliados e foram confirmados 34 casos de febre amarela. O mesmo foi feito com as mortes. Com a avaliação dos parâmetros, foram confirmadas 23 mortes. “Esse é o maior surto de febre amarela de Minas Gerais. Em Minas teve dois grandes surtos, em 1999 e 2000. Tivemos um surto localizado em Ubá e na Região Centro-Oeste em 2010. Mas, este ano já supera tanto em número de casos, de municípios (afetados) e de mortes”, afirmou subsecretário de Vigilância e Proteção à Saúde, Rodrigo Said.

Dados oficiais de Minas Gerais mostram que em 2001, houve uma epidemia no Centro-Oeste mineiro, quando 12 municípios registraram 32 casos e 16 óbitos pela forma silvestre da febre amarela. Já em dezembro de 2002 começou um novo surto na região do Alto Jequitinhonha, com seis cidades atingidas, 64 casos e 23 mortes. Nas dua ocasiões foi adotada a vacinação casa a casa para frear o surto e resolver o problema. Em 2008 e 2009 houve duas confirmações de casos, no Noroeste do estado e na Zona da Mata. Nenhum caso humano de febre amarela silvestre foi registrado entre 2010 e 2016.

A nível nacional, o Ministério da Saúde possui estatísticas dos últimos 10 anos. Em 2008, 27 pessoas morreram oficialmente pela doença de um total de 46 casos. Se confirmados todos os diagnósticos suspeitos em Minas, o estado terá o maior e mais letal surto da doença da última década.

Municípios afetados

Ladainha, no Vale do Mucuri, é a cidade onde a situação é mais crítica. Foram notificados 38 casos da doença, segundo a SES, e sete foram confirmados. Segundo a prefeitura municipal, mais uma pessoa morreu nesta quinta-feira com suspeita da doença. Com isso, sobe para 17 o número de óbitos prováveis da enfermidade no município.

De acordo com a prefeitura, o paciente que morreu tem 50 anos e morava na área urbana. Porém, constantemente visitava a zona rural. O homem estava internado em um hospital de Teófilo Otoni, referência da região, mas não resistiu e morreu. O maior número de notificações é em Caratinga, no Rio Doce, com 40 casos suspeitos. Exames confirmaram a febre amarela em quatro pacientes.

O subsecretário de Vigilância e Proteção à Saúde, Rodrigo Said afirmou, durante coletiva na tarde desta quinta-feira, que o alerta continua ligado nos municípios do Leste de Minas. Além disso, confirmou que há epizootia, mortes de macacos, em outras regiões. “Houve rumores que em 44 cidades houve epizootia. Desses, 13 houve coleta de macacos mortos. Além da região Leste, municípios do Sul e do Triângulo mineiro, tem rumores de animais mortos”, confirmou.

Informações Estado de Minas

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