Vida e Saúde: Boa para cálculo renal, quebra-pedra é também um ótimo analgésico

Muito empregado no tratamento de cálculo renal, pesquisadores identificaram no popular chá de quebra-pedra, da espécie de planta Phyllanthus, importante ação anti-úlcera, antiespasmódica e analgésica – que apresentou potência 20 vezes superior à Aspirina. Tal poder foi atribuído a substâncias químicas como flavonoides e taninos isoladas da planta.

“Há 700 espécies diferentes do quebra-pedra no mundo. Estudamos 12 delas e confirmamos com modelos experimentais todos esses efeitos”, sustenta Valdir Cechinel Filho, vice-reitor da Universidade do Vale do Itajaí de Santa Catarina (Univali), e professor de pós-graduação, pesquisa, extensão e cultura da instituição.

Responsável pelo desenvolvimento do estudo sobre a química, farmacologia e potencial terapêutico da espécie de planta Phyllanthus, Valdir diz que os trabalhos são realizados em parceria com a Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). A ação da planta sobre as chamadas pedras nos rins não é apenas crendice popular, mas cientificamente demonstrada. “Uma das espécies mais estudadas é o Phyllanthus niruri, abundante em vários países, incluindo o Brasil. Para essa espécie, comprovamos sua eficácia para atuação direta em cálculos renais, tanto diminuindo o tamanho da pedra como relaxando o canal da uretra, o que facilita sua eliminação”, acrescenta o vice-reitor.

Chá

Segundo o professor, que acaba de apresentar seu trabalho no 1º Congresso Mundial de Fitoterapia e 4º Simpósio Ibero-americano de Fitoterapia, em Lima, no Peru, além de estudos pré-clínicos em animais, o efeito do quebra-pedra já foi amplamente confirmado em seres humanos, demonstrando que o uso de chá, especialmente do Phyllanthus niruri, é benéfico para o tratamento de afecções renais.

O extrato de Phylanthus niruri também normaliza os níveis altos de cálcio urinário, diminuindo a formação dos cálculos em pacientes, provavelmente por interferir nos primeiros estágios de formação de pedra nos rins.

Fitoterapia

O termo fitoterapia deriva do grego – phyton significa vegetal, e therapeia quer dizer tratamento. Consiste no uso interno ou externo de vegetais para o tratamento de doenças, sejam eles in natura ou sob a forma de medicamentos. A prática de usar as plantas para a cura é tão antiga quanto a mais antiga das civilizações: estudos arqueológicos em ruínas na região do Irã sugerem que há 60 mil anos eram empregadas plantas para fins medicinais. Os primeiros registros de fitoterápicos datam da China, do período de 3.000 a.C.: foram catalogadas a pedido do imperador 365 ervas medicinais e venenos, no primeiro herbário de que se tem notícia. No Brasil, a utilização de ervas medicinais tem na prática indígena o seu maior legado.

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