Caratinga: Demora na liberação de corpo revolta família

corpo-demora-liberacaoO corpo do paciente Fernando Gomes da Silva, de 38 anos (foto), só foi liberado para que a família fizesse o enterro, após quase 24 horas. A demora em liberar o corpo do paciente provocou uma situação complicada entre familiares, pronto socorro e serviço funerário. Segundo Elizângela Leal, irmã de Fernando, o médico de plantão da unidade de Pronto Atendimento não atestou o óbito para que a família fizesse o enterro.

Conforme um documento assinado pelo médico que atendeu o paciente, Fernando deu entrada no pronto socorro às 20h18 de sábado, dia 30, já sem vida e apresentando rigidez cadavérica. Após o atendimento, o médico encaminhou o corpo de Fernando para o Instituto Médico Legal (IML) de Caratinga, que atende apenas casos de mortes suspeitas, violentas e por acidentes.

“Só que ele já tinha problemas de saúde. Ele era diabético, hipertenso, fazia hemodiálise, deu um derrame há umas duas semanas, então, um quadro complicado. O médico deu uma suspeita, mas não falou qual suspeita. Só encaminhou para o IML”, disse a irmã do paciente.

O paciente Fernando era morador de Piedade de Caratinga e foi socorrido por uma ambulância daquele município. Depois que ele veio a falecer, o corpo do irmão de Elizângela ficou por aproximadamente 12 horas no pronto socorro e mais quase 12 horas no serviço funerário. Elizângela afirmou que chegou a procurar o IML e foi informada, que diante do caso, o corpo de Fernando não necessitava ser submetido a uma necropsia.

“Que não é caso de IML, pois, é morte natural”, completou Elizângela.

A família do paciente chegou a recorrer a outros médicos na tentativa de que o óbito fosse atestado, mas sem sucesso. “Porque nenhum médico pode passar na frente do outro. E, o médico responsável não queria assinar e nem liberar. É muito difícil, eu acho que é falta de respeito com o ser humano. A gente está sofrendo, com certeza, mas o sofrimento maior é essa agonia da espera”, lamentou a irmã de Fernando.

No dia dos fatos, devido ao impasse, o serviço funerário que atendia a família, também alegou que iria remover o corpo da vítima novamente para o PAM. “Infelizmente, eu terei que retornar com o corpo para o hospital outra vez. Pegar a assinatura dos familiares e remover o corpo para cá novamente. Porque o IML não aceita e o médico não dá o documento para que a gente faça os trâmites legais”, afirmou o agente funerário, Denilson Rodrigues de Oliveira.

O caso só foi resolvido depois que os familiares de Fernando recorreram ao Fórum Desembargador Faria e Sousa e um juiz intermediou a situação, para que o óbito fosse atestado e a família fizesse o enterro, que aconteceu às 10 horas desta segunda-feira (01/06), em Piedade de Caratinga.

Procurada pela reportagem do Super Canal, a assessoria de imprensa da Fundação Educacional de Caratinga (FUNEC), que é responsável pela administração do hospital, enviou a seguinte nota de esclarecimento: “a direção do Hospital Nossa Senhora Auxiliadora esclarece que tomou ciência do ocorrido com o sr. Fernando Gomes da Silva e seus familiares nesta segunda-feira pela manhã, através da reportagem. Tão logo soube do ocorrido, estabeleceu a apuração de todos os acontecimentos referentes ao incidente com o sr. Fernando Gomes da Silva, desde a entrada do paciente no Pronto Atendimento até a liberação do corpo. Todas as medidas cabíveis serão tomadas e implantadas”.

Com informações da TV Supercanal, Caratinga

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