A média de 80% dos participantes que abandonaram o vício do fumo, alcançada no Grupo Antitabagismo do Distrito de Sacramento, foi muito comemorada pelos organizadores e pacientes. O encerramento do grupo, com entrega de certificado aos participantes, aconteceu nesta segunda-feira, 13, no ESF – Estratégia de Saúde da Família,em Sacramento.
Organizado pelo Governo de Manhuaçu por meio da Secretaria Municipal de Saúde e o NASF – Núcleo de Apoio à Saúde da Família, o grupo teve a duração de seis meses. Iniciado com 25 pessoas, o grupo encerrou os trabalhos com 18 participantes abandonando o vício do fumo.
Entre os pacientes que concluíram o grupo, Ivanor Amaro da Silva, residente em Palmeirinha, de 55 anos e fumante desde os oito anos de idade. Ele afirmou que nunca havia pensado em parar de fumar mas resolveu participar do grupo. Após ouvir depoimentos e as orientações repassadas pelos profissionais conseguiu parar. Mas disse que não foi fácil e destacou o apoio da família também nessa iniciativa.
Residente em Sacramento, Geraldo Magela da Costa e Silva, fumante há 54 anos, foi outro vitorioso. Ele disse que entrar no grupo foi uma decisão pessoal e conseguiu parar de fumar com o apoio do grupo. Geraldo aconselha outras pessoas a entrarem em grupos para largar o vício porque sozinho é muito difícil. Outro paciente vitorioso que conseguiu parar com o vício foi Manoel Messias Ribeiro. Ele disse que fumava um maço de cigarros por dia e abandonou com a ajuda dos profissionais e dos colegas no grupo.
A enfermeira do ESF Sacramento, Meire da Silva Afonso Rocha, que trabalha diretamente com as pessoas que participaram com o grupo, afirmou que no início não acreditava que iria conseguir tantos pacientes e alguns chegaram a desistir no começo. “Mas no final foi surpreendente e por isso parabenizamos todos. Durante o trabalho apoiamos e pedimos a família para participar também incentivando os pacientes para se dedicarem ao grupo e parar de fumar” – afirmou Meire da Silva.
A coordenadora do NASF, Kellem Miranda, alertou no encerramento dos trabalhos que fumar não deixa de ser uma doença e quem parou de fumar não pode nunca dar o primeiro trago para testar porque pode cair no vício novamente. “Quando tiver vontade do primeiro trago, lembrar que em cinco minutos a fissura passa”. Kellem Miranda comentou também que ouvir dos participantes pedidos para a abertura de novos grupos é muito gratificante e emocionante. “A nossa luta é conseguir agora implantar esses grupos em todos os 19 ESFs no município, dando oportunidade a outras pessoas para que também consigam parar de fumar.
Para o secretário de saúde José Rafael Guerra,essa média de 80 por cento atingida no grupo antitabagismo é digna de comemoração, principalmente por ser área rural, onde as pessoas começam com o hábito do fumo muito jovem e crianças observando os pais acabam seguindo pelo mesmo caminho. “O que a gente percebe é que quanto mais idosa a pessoa, ela tem mais resistência em parar ou mesmo frequentar os grupos de apoio porque se acham mais velhas e parar não vai fazer muita diferença, mas quando entram percebem que compensa o esforço para parar de fumar, o que é bom para a própria pessoa e os demais membros da família” – destacou o secretário.
O programa
O programa anti-tabagismo é uma orientação do Ministério da Saúde que promove, via SUS, a distribuição do medicamento cloridrato de Brupupiona e do adesivo transdermico de nicotina para os participantes dos grupos formados. Em Manhuaçu já foram montados 13 grupos anti-tabagismo nos bairros da cidade e nos distritos.
Quem tem interesse em participar do programa para parar de fumar, deve procurar o ESF que atende a comunidade ou os agentes de saúde que visitam as residências. De acordo com a demanda é montado um grupo com reuniões regulares e fornecimento do medicamento de acordo com a necessidade.
Segundo Kellem Miranda, cada grupo montado tem duração de seis meses. No primeiro mês, as reuniões são semanais. No segundo mês, os encontros passam a ser quinzenais e depois, até o sexto mês, eles passam a ser mensais. Nas reuniões acontecem troca de experiências entre os participantes que funcionam como uma terapia, relatando o que sentem em relação a síndrome da abstinência, a fissura, a vontade de fumar.
As quatro primeiras seções são estruturadas para abastecer os participantes com informações sobre o vício, seus males e os problemas com a abstinência que podem vir a ter durante o programa. Os medicamentos disponibilizados na Secretaria de Saúde para o grupo são oferecidos de acordo com a necessidade do participante, que recebe acompanhamento do médico da unidade.
O objetivo é abranger todos os 19 ESF espalhados no município com o programa já que os resultados tem sido satisfatórios onde ocorreram. Para Kellem, qualquer resultado obtido com o projeto é satisfatório já que o objetivo é diminuir os danos provocados pelo cigarro no organismo e neste caso até uma diminuição no consumo já ajuda.
Secretaria de Comunicação Social de Manhuaçu
