Ministério Público, Polícia Civil e Receita Federal apresentaram no final da tarde daquinta-feira, 05/03, o resultado da operação contra fraudes na compra de combustíveis em 19 cidades mineiras. Segundo o MP, esse é o maior esquema de desvio de dinheiro público em Minas envolvendo prefeituras.
As investigações começaram em dezembro de 2013, depois que a diferença gritante entre a declaração anual de gastos com combustíveis das prefeituras e a arrecadação tributária de cada posto levantou suspeita. O MP calcula que o esquema pode ter desviado mais de R$ 20 milhões em apenas dois anos.
67 mandados de busca e apreensão foram cumpridos em todo o estado e cinco pessoas presas por porte ilegal de armas. O esquema tinha a participação de funcionários, donos dos postos, secretários municipais e prefeitos.
De acordo com o procurador da justiça José Antônio Baeta, a fraude envolvia a emissão de notas fiscais para a compra de combustíveis em nome das prefeituras.
A operação denominada “Catagênese” deslocou um grande efetivo para as cidades sob investigação para recolher provas das fraudes. De acordo com as apurações, mesmo quando o particular solicitava o cupom fiscal, o funcionário do posto cancelava posteriormente esse cupom, momento em que ele voltava para o status “pendente” no software vinculado ao emissor do documento.
As prefeituras mais próximas de Manhuaçu sob suspeita de fraudes são as de Bom Jesus do Galho e Matipó. Denúncias apontam que elas também teriam desviado recursos aproveitando o esquema criminoso.
Os documentos foram levados da Prefeitura de Bom Jesus do Galho e dois postos de combustíveis daquele município receberam a visita de autoridades policiais. Nenhum representante da prefeitura ou dos postos quis se pronunciar.
Segundo a delegada Karem Lopes, as investigações continuam e a documentação apreendida será minuciosamente analisada.
Com informações do Ministério Público