Matipó: CMS Manhuaçu visita CAPSi para conhecer unidade referência

cms-visita-matipo-capsi reuniao-capsi-matipoEstá em planejamento a implantação de Centro de Atenção Psicossocial para atendimento infanto-juvenil (CAPSi), em Manhuaçu. A proposta foi apresentada na reunião de abril do Conselho Municipal de Saúde (CMS). Na ocasião, os conselheiros pediram prazo até a reunião de maio para estudar a proposta, bem como obter mais informações sobre o tema, para somente depois colocar em votação. O município possui duas unidades de CAPS, sendo uma para atendimento geral, exceto crianças e adolescentes e outro para tratamento de dependentes químicos, denominado CAPSad.

Visita a Matipó

A referência para atendimento de crianças e adolescentes até 18 anos na região é o CAPSi de Matipó. Na terça-feira, 13/05, conselheiros de saúde de Manhuaçu, acompanhados do presidente do CMS, Nelson de Abreu e do secretário de Saúde, Dr. José Rafael de Oliveira Filho, estiveram em Matipó para conhecer a estrutura e o funcionamento do CAPSi naquela cidade. A comissão de Manhuaçu fora recebida pela secretária de Saúde do município, Geovana Muratori, pela coordenadora da unidade Pollyana Brandão Gomes, funcionários e pelo vice-prefeito de Matipó, Sebastião Dornelas (Zizi).

Excelente estrutura

O presidente do Conselho de Saúde, Nelson de Abreu, ficou satisfeito com o que viu em Matipó, que tem toda estrutura necessária para atender a demanda da região, na opinião dele. O CAPSi conta com salas amplas, espaços adequados, equipe multidisciplinar e está muito próximo de Manhuaçu, o que facilita o transporte dos pacientes. Os demais presentes à reunião também tiveram uma boa impressão do CAPSi do município vizinho. Na próxima reunião do Conselho serão apresentadas as considerações da comissão que esteve em Matipó, para depois colocar em votação a implantação ou não do CAPSi, em Manhuaçu.

O que é um CAPSi

O CAPSi é um serviço de atenção diária destinado ao atendimento de crianças e adolescentes gravemente comprometidos psiquicamente. Estão incluídos nessa categoria os portadores de autismo, psicoses, neuroses graves e todos aqueles que, por sua condição psíquica, estão impossibilitados de manter ou estabelecer laços sociais. A experiência acumulada em serviços que já funcionavam segundo a lógica da atenção diária indica que ampliam-se as possibilidades do tratamento para crianças e adolescentes quando o atendimento tem início o mais cedo possível, devendo, portanto, os CAPSi estabelecerem as parcerias necessárias com a rede de saúde, educação e assistência social ligadas ao cuidado da população infanto-juvenil.

As psicoses da infância e o autismo infantil são condições clínicas para as quais não se conhece uma causa isolada que possa ser responsabilizada por sua ocorrência. Apesar disso, a experiência permite indicar algumas situações que favorecem as possibilidades de melhora, principalmente quando o atendimento tem início o mais cedo possível, observando-se as seguintes condições:

• O tratamento tem mais probabilidade de sucesso quando a criança ou adolescente é mantida em seu ambiente doméstico e familiar.

• As famílias devem fazer parte integrante do tratamento, quando possível, pois observa-se maior dificuldade de melhora quando se trata a criança ou adolescente isoladamente.

• O tratamento deve ter sempre estratégias e objetivos múltiplos, preocupando-se com a atenção integral a essas crianças e adolescentes, o que envolve ações não somente no âmbito da clínica, mas também ações intersetoriais. É preciso envolver-se com as questões das relações familiares, afetivas, comunitárias, com a justiça, a educação, a saúde, a assistência, a moradia etc. A melhoria das condições gerais dos ambientes onde vivem as crianças e os adolescentes tem sido associada a uma melhor evolução clínica para alguns casos.

• As equipes técnicas devem atuar sempre de forma interdisciplinar, permitindo um enfoque ampliado dos problemas, recomendando-se a participação de médicos com experiência no atendimento infantil, psicólogos, enfermeiros, terapeutas ocupacionais, fonoaudiólogos, assistentes sociais, para formar uma equipe mínima de trabalho. A experiência de trabalho com famílias também deve fazer parte da formação da equipe.

• Deve-se ter em mente que no tratamento dessas crianças e adolescentes, mesmo quando não é possível trabalhar com a hipótese de remissão total do problema, a obtenção de progressos no nível de desenvolvimento, em qualquer aspecto de sua vida mental, pode significar melhora importante nas condições de vida para eles e suas famílias.

• Atividades de inclusão social em geral e escolar em particular devem ser parte integrante dos projetos terapêuticos.

Em geral, as atividades desenvolvidas nos CAPSi são as mesmas oferecidas nos CAPS, como atendimento individual, atendimento grupal, atendimento familiar, visitas domiciliares, atividades de inserção social, oficinas terapêuticas, atividades socioculturais e esportivas, atividades externas. Elas devem ser dirigidas para a faixa etária a quem se destina atender. Assim, por exemplo, as atividades de inserção social devem privilegiar aquelas relacionadas à escola.

Luiz Nascimento, com informações do Ministério da Saúde

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