Irresponsabilidade? Triatleta morre após tomar choque elétrico

O triatleta Tiago Pereira, de 28 anos, morreu no domingo, 06/04, em Brasília após completar prova do “Ironman 70.3” e tomar um choque elétrico ao encostar na estrutura metálica de um dos estandes montados para o evento. De acordo com a empresa que organizou a prova, a Latin Sports, o atleta foi levado para o Hospital de Base minutos após receber o choque, mas não resistiu e faleceu.

O incidente aconteceu após o encerramento da prova, por volta das 13h30, e foi presenciado por participantes, organizadores e alguns espectadores. Pereira foi a única vítima no episódio. Segundo a Secretaria de Saúde do Distrito Federal, o atleta chegou a ser atendido e reanimado no hospital, mas morreu pouco depois das 16h. A polícia investiga a morte.

De acordo com o delegado Miguel Lucena, titular da 10ª  Delegacia de Polícia (Lago Sul), o atleta sofreu um ataque convulsivo após terminar a prova e ainda não se pode afirmar que a causa da morte foi a suposta descarga elétrica que ele levou, admitida pela organização da prova. “Ele sofreu essa parada cardiorrespiratória e ainda não sabemos a causa da morte. Apenas a autópsia poderá dizer qual foi o motivo disso”, declarou à imprensa na manhã desta segunda-feira, 07/04. Segundo ele, há testemunhas que viram Pereira começar a ter a convulsão após encostar em uma estrutura metálica.

Apesar disso, para o delegado existe a possibilidade do atleta ter sofrido a convulsão por causa do esforço dedicado à prova, que ele havia acabado de completar e havia levado cerca de 5 horas, e não por causa do choque. O “Ironman 70.3” reuniu cerca de 1.200 atletas de diversos países em Brasília no domingo. “Ainda não sabemos se foi homicídio culposo por causa de negligência ou apenas uma tragédia”, afirmou o delegado.

A largada foi dada às 7h, e os atletas tinham de superar 1,9 quilômetro de natação, 90,1 quilômetros de ciclismo e 21,1 quilômetros de corrida.

Se ficar comprovado que Pereira morreu em virtude do choque, os responsáveis pelo evento e pela montagem do estante onde ocorreu o acidente podem ser indiciados por homicídio culposo, quando não há intenção de matar, e negligência. O resultado da perícia realizada pela polícia no local e o laudo do IML (Instituto Médico Legal) do DF com a causa exata da morte devem sair em até 15 dias.

Também é investigado se falta de estrutura para emergência contribuiu para a tragédia. Segundo a polícia, no local da prova havia um ambulância de plantão, mas não estrutura para atendimento de primeiros socorros e de emergência. Também não havia médicos contratados para o evento, apenas participantes da prova e espectadores que teriam se oferecido para ajudar na hora da emergência.

Em nota, a Latin Sports afirma que sente profundamente o incidente, e que prestou todo o atendimento médico necessário. A empresa diz que está prestando toda a assistência à família do atleta e que acompanha as investigações sobre a causa da tragédia “não se exime de sua responsabilidade”. A Latin Sports afirma que a montagem do estande onde aconteceu o acidente foi terceirizada.

Pereira vivia em Caxias do Sul (RS), e completaria 29 anos nesta segunda-feira. De acordo com amigos em entrevista ao jornal “Correio Brasiliense” por meio do Facebook, o triatleta era professor de natação e havia se casado há menos de um mês.

Fonte: www.uol.com.br

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