Paulista: Santos é surpreendido pelo Ituano

O Santos poderia ter saído do Pacaembu pelo menos com um empate neste primeiro jogo da final do Paulistão, mas uma cobrança de pênalti do meia Cìcero à la Roberto Baggio em 1994 fez com que a surpresa se confirmasse: 1 a 0 para o Ituano e taça encaminhada para o interior do estado. O estrago de Cícero não foi tão significativo quanto o de Baggio, que derrotou a Itália em uma final de Copa do Mundo, mas pode ter rendido o título histórico ao Ituano.

Não foi mais um daqueles jogos de time grande contra time pequeno, em que o grande tem dificuldades para penetrar a retranca do pequeno, fechado e jogando para se defender. Não foi, definitivamente. O Ituano do técnico Doriva jogou muito bem, no mesmo 4-2-3-1 do Santos de Oswaldo de Oliveira e no campo de ataque. Mais do que isso: jogou bonito, com troca de passes tão belas quanto as propostas por Geuvânio, Cìcero e Thiago Ribeiro. E numa delas saiu o gol.

Golaço que foi do meia Cristian, atendendo ao estereótipo de craque decisivo improvável do interior: 34 anos, 1,69m de altura e passagens por Guarani, Juventus, Palmeiras, Coritiva, Náutico, Fortaleza, Bragantino e pelo menos mais dez clubes. Ele entrou na área aproveitando linda jogada, com passe pelo alto, não foi acompanhado pela marcação santista e enfiou o pé para estufar as redes de Aranha.

No fim do primeiro tempo, Josa colocou a mão na bola dentro da área do Ituano e fez Cícero virar vilão. Chute no setor amarelo das arquibancadas do Pacaembu, escolhido pela Federação Paulista de Futebol para sediar as duas partidas das finais do estadual em detrimento da Vila Belmiro e do Novelli Júnior.

O homem de R$ 40 milhões não funcionou. Leandro Damião teve péssima atuação e travou o time santista. Jogou contra. As rápidas jogadas de Geuvânio e Thiago Ribeiro não podem ser acompanhadas pelo centroavante. Ele não esteve onde deveria estar na maioria das vezes. Quando a bola o encontrou, mostrou o que um camisa 9 não deve fazer. Atrapalhou-se, não dominou, ficou indeciso e não finalizou.

Tamanho desespero da torcida santista no Pacaembu fez com que se ouvisse coro uníssono por Rildo. Oswaldo atendeu. Depois, fez substituição inusitada: tirou Thiago Ribeiro e colocou Alan Santos, um volante. Ora, se o time está perdendo na final contra outro teoricamente inferior, para que tal alteração? Explica-se: Cícero avançou à armação e assumiu o papel que deveria ser de Gabriel – o jovem mal viu a bola e saiu cedo no segundo tempo, para a entrada de Rildo.

Depois, assim como Cícero ‘imitou’ Roberto Baggio, o Ituano ‘imitou’ os argentinos daquele River Plate da década passada, que era só abrir 1 a 0 em jogo de Libertadores que, um a um, os atletas iam caindo pelo gramado para paralisar a partida e ganhar tempo. O Ituano fez isso e atrapalhou o espetáculo. Transformou um ótimo jogo em um conflito de nervos.

A decisão, no entanto, será no próximo domingo. Mais uma vez no Pacaembu, desta vez com mando do Santos – divisão de torcida igual nas duas partidas. Agora, o time de Oswaldo joga com a pressão de evitar a zebra. O Santos terá de vencer por um gol de diferença para levar a partida para a decisão por pênaltis, ou por pelo menos dois gols para se sagrar campeão nos 90 minutos.

Fonte: www.uol.com.br

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