Manhuaçu: problemas continuam na rodoviária da cidade. Onde está a solução?

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O agente de viagem, Vicente Vieira foi obrigado colocar grade no guichê para ter segurança no local de trabalho

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A 72a Cia. de Polícia está com a porta fechada. Agora, o local só é usado para registro de ocorrência e parte administrativa

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O problema é sério. Mas, a venda nos olhos impossibilita que todos enxerguem a escuridão

Ao iniciar 2014, o cenário que traz a sensação de medo, não tem a devida ação por parte da administração municipal e volta a ganhar destaque como sendo um problema de difícil solução. As condições precárias, falta de segurança, iluminação no interior do terminal rodoviário Antônio Xavier, tem sido alvo de reivindicação, discussão entre comerciantes, moradores e aqueles que trabalham na prestação de serviço às empresas de transporte coletivo.

O problema já foi mostrado inúmeras vezes pela imprensa, apontando a dimensão do risco que as pessoas correm, já que o local é frequentado por pessoas estranhas, usuários de entorpecentes e álcool, que se aproveitam da precariedade da iluminação. Os mais ousados abordam pessoas que desembarcam e vão ao sanitário, praticam furto e saem tranquilamente.

A situação é tão insuportável, que os comerciantes estão chegando ao extremo diante da inoperância das autoridades.

O agente de viagem Renato Lopes da Silva, conta que trabalha a bastante tempo no terminal rodoviário e, sem segurança torna-se difícil permanecer no local, com a presença de pedintes, andarilhos e até mesmo usuários de drogas. Ele ressalta que, muitas pessoas quando chegam para comprar passagem são surpreendidos e, com medo acabam dando dinheiro a essas pessoas.

Ele lamenta também a falta de segurança, devido à 72a Cia. de Polícia ter reduzido o tempo das atividades no terminal rodoviário, que agora só funciona como ponto de registro de ocorrência. “A ausência da Polícia Militar aqui, a falta de iluminação nos deixa bastante preocupados.  Infelizmente, a gente trabalha dentro do guichê e, se ficar do lado de fora corre um certo risco. Há a necessidade da administração municipal intervir nesse local, com determinação”, ressalta o agente de viagem.

Para o agente Vicente Vieira da Silva, que há cinco meses trabalha no terminal rodoviário Antônio Xavier, a situação é preocupante. Segundo ele, a cada dia percebe que as condições para executar a tarefa com segurança está mais distante. Ele enumera que a falta de iluminação, segurança e o desleixo são algumas das condições que possibilita a permanência de estranhos, bem como  a ação delituosa.

Em cinco meses, Vicente Vieira teve o guichê quebrado por duas vezes pelos mesmos cidadãos, que são conhecidos da polícia como sendo “contumazes” nas ações delituosas. Ele conta que um menor, que adentrou ao guichê e furtou todo o dinheiro foi levado para a Delegacia de Polícia, retornou duas horas depois com tom de ameaças. “Infelizmente, as autoridades não têm tomado nenhuma providência em relação às coisas que acontecem aqui. Nós, que somos trabalhadores vivemos numa insegurança total, trabalhando atrás das grades e correndo risco de uma ação criminosa, já que os delinquentes cultivam a sensação da impunidade”, frisa o agente de viagem na expectativa que, em 2014, as coisas possam melhorar.

Vicente Vieira destaca que os passageiros chegam, são abordados  por pessoas drogadas, enquanto eles ficam até sem jeito de dialogar com as pessoas que estão comprando a passagem para a viagem. A escuridão também contribui para essas ações, além de deixar aqueles que estão aguardando para o embarque ou desembarque, completamente desprovidos e bastante amedrontados.

Outros agentes que trabalham no terminal, contaram à reportagem que a falta de segurança está possibilitando que os furtos também acontecem nas barracas, a quem passa nas proximidades e os que ali trabalham.

O agente Vicente Vieira fala com tristeza da redução de atendimento da Companhia de Polícia no local. Ele resume que, só trabalha no terminal rodoviário quem verdadeiramente necessita. Pois, se tivesse outra opção, ninguém seria capaz de permanecer num local, onde os riscos são iminentes.

Durante a permanência da reportagem no local, muitas manifestações de pessoas que trabalham, moram ou que passam nas proximidades apontaram o risco diário oferecido no terminal rodoviário Antônio Xavier. Aqueles que ficam ali esperando a oportunidade para atacarem, ficaram irritados com a nossa presença. Alguns se esconderam, enquanto outros distanciaram  do local.

De acordo com um  comerciante que pediu anonimato, causa frustração ao assistir cenas dessa natureza sabendo que, por muitas vezes ouve discussão envolvendo vários segmentos, opinando pelo fechamento do terminal rodoviário (limitar a permanência das pessoas no local), para evitar que o problema se arraste por longo tempo. Ele aponta que se tivesse iluminação, segurança, condição higiênica, os mendigos não ficariam atrapalhando o bom andamento do trabalho. Observa ainda, que há a concentração porque essas pessoas gostam de lugar sujo e, se a rodoviária fosse limpa, segura e com iluminação, notadamente haveria comodidade.

A reportagem ouviu o relato de outros comerciantes, que se vêem na condição de vencidos pela audácia dos frequentadores do terminal rodoviário, bastante temerosos com a  ação de delinquentes que cresce a cada dia.

Em contato com o capitão Chuab, comandante da 72a Cia. de Polícia sobre a reclamação dos que trabalham no terminal rodoviário, incomodados com o índice de delitos, o oficial disse que a Companhia não foi extinta. Apenas deixou de manter o plantão policial 24 horas. “Anteriormente, um policial ficava ali durante toda a noite e, agora não tem mais. E a intendência voltou para a sede do 11o B.P.M. O local está como ponto de apoio para registros de ocorrências”, explicou o capitão Chuab que também demonstra preocupação com o local.

Na última quinta-feira, voltamos ao terminal rodoviário para certificarmos da situação quanto ao comportamento dos frequentadores e a situação ao redor.  Cenas repugnantes e prostituição, bem em frente ao local que poderia ser um cartão postal da cidade. E até quando?…

Eduardo Satil

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