Caratinga: suspeitos de fraude em vestibulares de medicina são ouvidos

Desde a última terça-feira, 5/12, quando foi desencadeada a operação Hemostase, a movimentação na Delegacia Regional de Polícia Civil de Caratinga em torno do caso da suposta associação criminosa que fraudava vestibulares de medicina em universidades de Minas Gerais e no Rio de Janeiro foi intensa ao longo da semana. Durante a operação 21 suspeitos foram presos.

Ontem o jornalismo do Super Canal conversou com Luís Eduardo Moura Gomes, um dos delegados que participa das investigações e colabora com o inquérito policial. Ele informou que dos 21, as 16 pessoas detidas por meio de um mandado de prisão temporária, praticamente, todas foram ouvidas. Já em relação aos outros 5 que foram presos por meio de um mandado de prisão preventiva, apenas um havia prestado depoimento.

Três dos 16 detidos temporariamente vão responder ao processo em liberdade, são elas: a médica Micheline Vieira Ribeiro, que atua na região de Ipatinga e Governador Valadares; a estudante de medicina da Unipac de Juiz de Fora Mirela de Souza, de 33 anos, e a médica Nathalie Franco Savino, de 30. De acordo com informações, elas foram liberadas por menor participação e por colaborarem com as investigações em depoimento.

Lorena Rocha Marques, de 22, que é de Caratinga, ainda continua detida temporariamente, segundo o advogado de defesa dela, Max Capella Araújo.Lorena foi apontada pelo delegado e presidente do inquérito policial Fernando Lima como uma das coordenadoras em Caratinga. De acordo com Fernando, a baiana Mirela, que foi liberada, teria ingressado na Unipac de Juiz de Fora por meio de Lorena e outros investigados. Após ter entrado na universidade, Mirela também teria começado a angariar clientes para os coordenadores da suposta associação criminosa.

Ainda conforme as investigações da Polícia Civil, Nathalie, que também irá responder ao processo em liberdade, teria certo grau de relacionamento com Lorena. Fernando disse que Nathalie já foi flagrada algumas vezes oferecendo contas bancárias em que era titular para que Lorena efetuasse depósitos oriundos da fraude. No dia da prisão de Lorena, Max Capella disse entraria com recurso para que a cliente pudesse ser liberada.

A Polícia Civil apresentou na última terça apenas o resultado parcial das investigações que já duram oito meses e tiveram início em Caratinga, após uma denúncia anônima. O trabalho investigativo continua. Segundo a polícia, a suposta associação criminosa fazia parte de um mercado milionário. Cada vaga para o curso de medicina era vendida de R$ 30 mil a R$ 150 mil. A cobrança do valor dependia da modalidade de fraude. O método podia ser aplicado por meio de telefone celular, ponto eletrônico, vaga direta, terceiros que faziam a prova no lugar do candidato ou pela falsificação de históricos escolares. No dia da operação Hemostase – que se refere a um procedimento médico usado para estancar uma hemorragia – além das 21 prisões, também foram apreendidos com a suposta associação criminosa 300 mil reais em dinheiro, 25 mil dólares, documentos, celulares pontos eletrônicos, e um veículo Jeta avaliado em R$ 70 mil, pertencente à Lorena.

Fonte: TV Super Canal/Caratinga

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