Terceira onda do café é tema do Encontro de Cafeicultores das Matas de Minas

 

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O Conselho do Café das Matas de Minas, em parceria com o Sebrae, promoveu o 3º Encontro dos Cafeicultores Região das Matas de Minas, no Centro de Pesquisas Cafeeiras Eloi Carlos Heringer (CEPEC), em Martins Soares.

Na programação em Martins Soares, houve a abertura com o Presidente Sebastião de Lourdes Lopes e a técnica do Sebrae Minas Ereni Emerick.

TERCEIRA ONDA DO CAFÉ

O encontro teve uma palestra com a doutoranda em Administração pela UFLA, Elisa Guimarães, sobre a terceira onda dos cafés e as perspectivas para os cafés especiais.

Ela foi coordenadora do Bureau de Inteligência Competitiva do Café da Universidade Federal de Lavras – UFLA. Na palestra, a pesquisadora mostrou que a “Terceira Onda do Café” se consolidou como tendência duradoura no mercado; e que uma empresa especializada em pesquisa de mercado de alimentos constatou que os ‘millennials – grupo de jovens com idades entre 19 e 34 anos – representam cerca de 44% do mercado consumidor de café nos Estados Unidos. E ainda que, nos últimos oito anos, o consumo diário de café dos jovens de 18 a 24 anos também aumentou de 34% para 48%.

A Terceira Onda do Café, expressão que foi criada no início dos anos 2000, somente teve a popularização desse conceito nos últimos anos, quando inúmeras cafeterias independentes surgiram com uma proposta alinhada à terceira onda, amparadas pela exigência cada vez mais crescente dos consumidores por qualidade.

Especialistas em café atribuem a “Primeira Onda” ao aumento exponencial do consumo decorrente da modernização das etapas do processamento e comercialização do produto, até então de baixíssima qualidade. E a “Segunda Onda” teria surgido como reação ao movimento anterior, sendo responsável pela introdução do conceito de cafés especiais e de origem produtora, bem como pela popularização do café expresso e do consumo da bebida em cafeterias. Por fim, a “Terceira Onda” estaria ligada à percepção do café como produto artesanal, diferenciado por inúmeros atributos, como qualidade, origem, torra e método de preparo, que é comercializado de forma mais direta entre os elos da cadeia produtiva.

No ambiente da Terceira Onda, algumas grandes redes têm investido nesse segmento com a oferta de cafés de altíssima qualidade e origem única. “A palestra foi sobre a prospecção no mercado de cafés especiais, com foco na terceira onda do café. Que é uma onda que busca a máxima qualidade possível do café. Vemos um trabalho excelente do Conselho do Café das Matas de Minas, que busca reunir os produtores sob uma marca e criar a identidade dessa região. É isso que o consumidor de terceira onda procura, o café único de cada região, saber quem é o cafeicultor, como é a propriedade e os métodos de processamento”.

Segundo ela, na terceira onda a busca é pela máxima qualidade do café. “Todo cuidado com a produção, com a torra, os métodos de preparo nas cafeterias são mais artesanais. Então, o café da região, de produção naturalmente artesanal, tem espaço para conquistar o mercado. O consumidor está aprendendo a tomar café vez mais cafés de qualidade. Ele está cada vez mais interessado, buscando informações, conhecendo os métodos de preparo. É um consumidor apaixonado e cada vez mais envolvido”, afirma.

Na parte final do evento, Paulo Correa, da Emater/MG, apresentou a evolução da região nos concursos de qualidade de cafés.

Em seguida, o consultor Illy Café e Matas de Minas, Sérgio Cotrim D’Alessandro, falou sobre o trabalho de rastreabilidade voltado para o mercado internacional de cafés especiais.

A Região das Matas de Minas vem crescendo nesse contexto de cafés especiais. “É uma construção de mais de 20 anos e agora estamos colhendo os frutos a partir dos trabalho de diversos atores, entidades, e dos cafeicultores. O Conselho foca agora a comunicação ao mercado externo que existe essa qualidade. Criamos o Selo das Matas de Minas, estamos implantando uma plataforma tecnológica com o Sebrae que permitirá, por um QR Code, a oferta de toda a rastreabilidade, todos os dados do produtor, da fazenda, da forma de colheita, mapas, fotos e vídeos. Agora vamos trabalhar o pilar do mercado, fazendo com que o café da região tenha mercado internacional por conta de sua qualidade e diferenciais das Matas de Minas”.

Carlos Henrique Cruz

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