O acompanhamento psicológico é fundamental para todos, principalmente para pessoas cujas rotinas demandam muita pressão e mudanças repentinas, como acontece com os atletas.
Porém, pesquisas indicam que no mundo dos esportes há uma grande relutância quando o assunto é recorrer a um psicólogo e o tratamento é visto de forma preconceituosa, remetendo, erroneamente, à ideia de admissão de fraqueza. Já no meio artístico, por exemplo, podemos observar a valorização do investimento em terapias e acompanhamentos para enfrentar as pressões rotineiras da carreira.
Segundo o psicólogo João Alexandre Borba, a presença de um psicólogo como membro da equipe esportiva é fundamental para o enriquecimento de todo o time. “É preciso afastar a ideia de que recorrer a uma terapia significa fraqueza, pois é exatamente o contrário. Mais do que no corpo a força está na mente. A pessoa que tem o acompanhamento psicológico fica mais fortalecida, tanto em sua vida pessoal, quanto em sua carreira”, diz. E ressalta: “É totalmente equivocada a ideia de que o sucesso na carreira de um atleta depende unicamente de suas habilidades físicas. Muitos esportistas se preocupam em exercitar o corpo, mas ignoram a importância de exercitar e fortalecer sua mente”, esclarece.
De acordo com o especialista, um atleta está exposto a pressões e diversas situações em que sua psique pode ser afetada. “É importante ressaltar que muitos desses profissionais vieram de classes sociais mais baixas, recebendo salários menores e acostumados com um estilo de vida mais simples. Quando, de repente, passam a receber um salário muito maior e a conviver em um ambiente propício a maiores gastos financeiros, muitos deles, sem o acompanhamento de um psicólogo, ficam cada vez mais perdidos. É frequente perderem seu controle financeiro e se atolarem em dívidas cada vez maiores”, afirma Borba.
Segundo João Alexandre Borba, outro fator que influencia psicologicamente o atleta diz respeito ao distanciamento familiar. “Alguns esportistas passam a viver longe de sua cidade natal, muitas vezes até mesmo em outros países. Isso faz com que a pessoa sofra com o distanciamento de seus familiares e pessoas importantes de seu convívio. Sem ter o auxílio profissional, esse afastamento repentino pode afetar diretamente a mente do atleta”, diz o especialista.
O psicólogo ressalta também a importância do acompanhamento para lidar com os momentos mais difíceis da carreira. “Na vida de um esportista não há apenas vitórias. As derrotas acontecem e o atleta tem que estar preparado para lidar com elas da melhor forma possível. O mais importante é que o mesmo possa desenvolver a resiliência, superando o momento da derrota e retomando sua carreira. Muitos casos em que o esportista não tem acompanhamento, quando sofre muitas derrotas, não consegue superá-las. O resultado é que, a médio ou longo prazo, o atleta acaba não conseguindo retomar seu rendimento e desorganizando sua autoestima ”, conclui.
Serviço: João Alexandre Borba / Co-CEO do Instituto Internacional Japonês de Coaching e Psicólogo – joao.alexandre@live.com
Verônica Pacheco – www.todacomunicacao.com.br