Vida e Saúde: Crianças correm risco de diabetes e obesidade diante das novas tecnologias

Nos dia de hoje as crianças tem tido acesso à televisão, smartphones, tablets e computadores desde muito pequenas. Toda essa exposição aos dispositivos de mídia leva a um somatório de horas, resumidamente chamado de horas-tela.

Os dados indicam que aos 18 anos, uma criança europeia já passou cerca de três anos da sua vida na frente das telas de dispositivos de mídia. Extrapolando, com 80 anos, esta mesma pessoa já teria ficado cerca de 17,6 anos na frente das telas. Existem outros dados ainda mais alarmantes devido à chegada de mais e mais aparelhos de mídia nas nossas vidas nos últimos anos: na Inglaterra as crianças ficam em média 6,1 horas por dia na frente de telas, no Canadá 7,8 horas/dia e nos EUA 7,5 horas/dia.

A grande questão sobre todos esses dados é que existe uma associação crescente entre a quantidade de horas-tela e o desenvolvimento de diabetes tipo 2, obesidade e doenças do coração.

O estudo de um pesquisador chamado Wijndaele indicou que a cada 1 hora-tela por dia existe um aumento de 6% no risco de doenças do coração fatais e não fatais, sendo um fator independente da idade, gênero, medicação ou não, história familiar ou atividade física.

Mas isso é porque as horas-tela nos deixam sedentário? Não somente por isso. Os estudos tem mostrado que esse excesso de exposição causa nos adolescentes um aumento da pressão arterial e do colesterol ruim. Também se sabe que a exposição a muitas horas-tela leva a problemas hormonais como a alteração da liberação do hormônio cortisol, como se fosse uma resposta semelhante ao estresse. E, só para citar mais uma alteração hormonal, as horas-tela estão associadas a mecanismos obesogênicos? que originam obesidade. Seja por aumento da ingestão de alimentos não saudáveis enquanto na frente das telas, seja por exposição a informações de alimentos pouco saudáveis nas propagandas.

Existem alguns cuidados que precisamos tomar para reduzir as horas-tela. Vamos a eles:

1. Nós sabemos que muitos vídeos na internet têm sido destinados ao público infantil, até para bebês. Esses produtos “facilitam” muito a vida dos pais nessa correria do dia a dia, a fim de entreter os pequenos. Mas o que se sabe é que 8% do cérebro vai se desenvolver nos primeiros três anos de vida, sendo que este é o período mais vulnerável a ser afetado pelas horas-tela. A recomendação é que até a criança completar três anos a exposição às telas seja mínima ou nenhuma.

2. Tirar as televisões dos quartos das crianças ajuda a reduzir e muito as horas-tela.

3. Programas de televisão com narrativas mais lentas e descritivas devem ser preferidos aos mais agressivos.

4. E por fim, a família deve limitar a exposição da criança. Vejam as horas propostas para cada faixa de idade:

De 3 a 7 anos: meia a 1 hora/dia

De 7 a 12 anos: 1 hora/dia

De 12 a 15 anos: 1 hora e meia/dia

Mais de 16 anos: 2 horas/dia.

Nós sabemos que é uma tarefa difícil, mas se conseguirmos reduzir aos poucos o número de horas-tela, transformando esse tempo em horas-brincadeira, horas-jantar-com-a-família, horas-atividades-físicas e horas-relacionamento-familiar, certamente estaremos acertando no grande objetivo de uma vida mais saudável e feliz.

www.minhavida.com.br

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